Questionamento é do presidente da CIC Vale do Taquari, Ivandro Rosa, após baixa participação em audiência pública
O município de Lajeado sediou na segunda-feira, 4 de abril, uma audiência pública convocada pela Comissão de Assuntos Municipais do Parlamento Gaúcho. A suspensão do processo para a transferência das rodovias à iniciativa privada foi o assunto central da noite.
As críticas se concentram no custo elevado da tarifa, especificações técnicas quanto as rótulas, nas vias marginais sem identificar a capacidade de fluxo para veículos pesados, no prazo da duplicação da ERS-130 de Cruzeiro do Sul a Venâncio Aires e na falta de perspectiva para criar a cobrança por quilômetro rodado (free flow).

Desde que anunciado pelo Estado que a ERS-332 estaria “de fora” do Plano de Concessão que contempla as ERSs 128, 129, 130 e 453, iniciou-se uma tentativa de mobilização regional para a inclusão da rodovia e de obras de interesse regional, porém, segundo o presidente da CIC Vale do Taquari, Ivandro Rosa, poucos tem aderido.
“Qual a nossa motivação em defender a ERS-332 se ela não se faz nem representar? Nós estamos querendo ajudar quem não quer ser ajudado. A gente fica comprando briga com outros segmentos e a região não se mobiliza”, lamenta Rosa. “Nós temos um compromisso e continuamos insistindo, porém estamos decepcionados por não ter o respaldo que imaginávamos ter. Talvez teremos que rever se estamos fazendo a coisa certa”, acrescentou.
Segundo ele, alguns estão manifestando apoio. “Mas precisamos de mais, precisamos de mobilização, se não, não vai para frente. Tínhamos na audiência pública o auditório lotado, mas não havia nenhum representante de Encantado para cima, o que acaba enfraquecendo um pouco as pautas. Os prefeitos da região foram convidados a participar, porém se fizeram presentes apenas os de Encantado, Arroio do Meio, Muçum, Cruzeiro do Sul e o de Colinas”, conta.
E acrescenta. “É importante frizar que as Associações Comerciais dos municípios, como a Acisar/CDL de Arvorezinha e a ACI-I de Ilópolis estão nos apoiando, mas precisamos de uma maior mobilização das autoridades, prefeitos e vereadores da região”.
Rosa ainda explana sobre a articulação com o Estado após a saída do governador Eduardo Leite. “No dia em que o governador renunciou eu estive com o secretário de Extraordinários de Parcerias do Governo do Estado Leonardo Busatto, na busca de mais subsídios e informações. Nós temos uma relação muito boa com ele, porém ele argumenta que a questão política é tratada pela Casa Civil. Solicitei então que encaminhassem para a audiência pública um representante do Estado, porém ninguém se fez presente, o que é lamentável, porque estamos discutindo e o processo não avança por não haver essa participação da outra parte na discussão”, pontua.
Ele encerra: “Dá para contar em uma mão as pessoas que estão buscando uma solução efetiva para a ERS-332. Desejar todos nós desejamos, mas é preciso dar um passo à frente”, concluiu ao revelar que solicitará ao Daer um relatório formal do quanto já foi aplicado e de como será a sequência dos trabalhos quanto às obras na ERS-332.