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Quaresma, um momento de reencontro com Deus

 

Após dois anos de pandemia a volta para a religião está evidente

Por Manoela Alves/Rosemary Picinini

O período da quaresma, que são os 40 dias que antecedem a Páscoa, é um momento de preparação para a ressurreição de Cristo. Para os católicos, este é um momento de reflexão e conexão espiritual, pois é lembrada a passagem de Jesus pelo deserto e as tentações que enfrentou.

O padre Benjamin Borsatto, da paróquia São Carlos, de Anta Gorda, conta um pouco como está a preparação deste período antecessor à Páscoa, após a pandemia vivida e a guerra que está ocorrendo.

“Neste ano, a quaresma iniciou junto a campanha da fraternidade e conseguimos ter uma boa motivação da comunidade. Foi surpreendente a participação do povo na quarta-feira de cinzas, e podemos apresentar esta linda proposta, que são os três pilares da quaresma, a oração, a caridade e a penitência”, explica o padre.

“Eu posso afirmar que essas referências são remédios espirituais, onde todo cristão, ou melhor, todas as pessoas, deveriam praticar. De uma forma especial, não só em tempos de quaresma, mas em outras épocas do ano, pois é muito curativa a proposta, ou seja, o jejum alimentar faz com que o organismo reaja bem, trazendo o domínio da mente sobre o seu corpo e com isso tem a força para enfrentar as dificuldades que se apresentam na vida”, declara o padre.

E ele continua: “a caridade e o amor ao próximo é aquilo que procede de Jesus, o Papa Francisco em sua carta diz: ‘não se cansem de fazer o bem’. Acredito que isso se encaixa perfeitamente no que estamos passando neste momento de guerra, crise econômica, com a estiagem. O bem espiritual pode ser praticado em qualquer lugar, de nossa casa podemos orar por nossos irmãos que estão em guerra”, declara Benjamin.

O padre destaca que com o uso das mídias hoje, tudo está muito aproximado.
“Em tempo real recebemos notícias mundiais. Nós recebemos informações desta competição bélica, notícias de morte e destruição, uma coisa muito triste, por isso precisamos estar unidos em oração neste momento, com o clamor e paz para a Europa, pois há a preocupação de quanto tempo a guerra poderia se estender até nosso país”, discursa o padre.

A terceira virtude da quaresma é a oração, que tem a proposta de ser o remédio espiritual humano, com a participação de todos nas celebrações, nas comunidades, nos cultos, unindo comunidades na campanha da fraternidade e rezando o terço em família. “A proposta da união dessas três virtudes é muito bonita, pois é uma renovação espiritual, de crescimento, fortalecimento. É um desafio a ser feito por qualquer pessoa em qualquer época de sua vida, mas precisamos ter a certeza de que vamos sair com um alivio muito grande em nosso coração e espírito, ainda mais contentes com nossa existência”, explana o pároco.

A quaresma não é o significado de algo triste ou que seja um sacrifício, com sentimentos de melancolia, mas sim um sentimento de liberdade e purificação.

“Ainda, tínhamos muitas interrogações de como terminaríamos a quaresma neste ano, mas cremos que este ano vamos conseguir celebrar a semana Santa na Igreja, de forma apropriada e se for possível a realização da via sacra, que é um ritual belíssimo”, continua.

O padre destaca a celebração do lava pés, tradicional no encerramento da quaresma. “Seguindo o exemplo de Cristo, quando serve-se ao próximo, serve-se a Deus, por isso precisamos de humildade para estar aqui a serviço da humanidade, sem descriminação, mas a todos que necessitam de ajuda”, explica Benjamin.

“A Igreja sempre interroga de como estamos agindo com as pessoas pobres e excluídas, por isso queremos incrementar ações novas, em um programa lançado pelo Papa Francisco, que culminará em 2023, de como podemos ser mais presentes na sociedade diante daqueles que mais necessitam”, explica o pároco.

“O momento em que mais devemos crescer é neste momento de sensibilidade com o próximo, neste momento de necessidade. Escutar é muito mais do que ouvir, é estar atento as necessidades do próximo e estar pronto para servir. Caridade não é apenas doar o material, mas doar o tempo, a presença e o apoio ao próximo. Seguindo sempre amar ao próximo como a nós mesmo”, finaliza o padre.

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