As safras da soja e do milho foram prejudicadas pela estiagem
Em Ilópolis, a principal cultura é a erva-mate, mas em algumas comunidades do interior também há plantação de outras culturas como a soja e o milho, e também a fruticultura.
Porém, a estiagem prejudicou a produção da soja e do milho nesta última safra. Segundo o técnico da Emater, Cleber Schuster, a quebra na safra foi muito significativa. “Desde o início do ano nós vínhamos trabalhando com o Proagro. Aqui em Ilópolis foram muitos casos de acionamento do seguro. Acredito que mais de 50% das safras de soja e de milho foram perdidas”.
Ele segue explicando: “para o decreto de emergência nós fizemos uma estimativa de perda de 50%, mas com certeza em algumas propriedades a perda foi muito maior, acredito que essa perda em média passou longe do 50%”.
Schuster afirma ainda que felizmente o Proagro cobre os custos da produção, gerando um prejuízo menor para os produtores rurais. “Felizmente a cobertura do Proagro é muito boa, no Pronaf, por exemplo, é assegurado não só o valor financiado, o programa tem uma garantia de renda mínima de até R$ 22 mil e até R$ 5 mil da parcela de investimento. Então o produtor recebe todo o valor do financiamento e mais um outro valor para poder diminuir os seus prejuízos”.
O técnico ressalta que o Proagro é uma forma do agricultor conseguir se recuperar mais rápido dos prejuízos da estiagem. “O agricultor vem sofrendo com a estiagem há pelo menos três anos. Todos os agricultores sabem que para recuperar os prejuízos de uma safra leva pelo menos dois ou três anos, pois as despesas da safra têm que ser pagas, ou seja, acumula despesas de pelo menos dois anos para pagar em um. Nesse sentido, o programa é muito bem-vindo, porque ele diminui pelo menos um pouco esse prejuízo, o produtor não tem lucro com a safra mas também não precisa absorver toda a despesa”.
Erva-mate
Quanto à erva-mate, Schuster informa que a cultura também sofreu com a estiagem, porém a perda foi menor. “Na cultura da erva-mate estima-se que a perda chegou a 30%. Porém, nesse caso não se perde totalmente a planta como no caso da soja e do milho, uma vez que com a volta das chuvas a erva-mate se recupera, já a soja e o milho eles precisam da chuva naquele momento, não há espaço para recuperação, pois são culturas anuais, diferente da erva-mate”.
Em contrapartida, de acordo com Schuster, a erva-mate acaba não sendo beneficiada pelo Proagro. “No caso da erva-mate é muito difícil dar Proagro, pois é uma cultura que se recupera, se nesse ano não dá uma safra boa, no outro se chover a cultura se recupera, então acaba não sendo aprovado o Proagro”.