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Queda de produtividade preocupa produtores de soja

A expectativa dos produtores é de colher no máximo 30 sacas por hectare

Com a estiagem que assola o Estado desde o final de 2021, há uma expectativa de quebra de safra recorde na produção de soja em todo Rio Grande do Sul.

As chuvas esparsas que tem ocorrido nos últimos dias não devem mudar esse cenário, visto que desde o plantio há falta de chuvas.

Segundo o gerente regional da Emater, com sede em Lajeado, Cristiano Carlos Laste, a quebra de safra na região está estimada em 35,9%. “Nos 55 municípios da nossa região há área apta para plantio é de 22789 hectares e foram plantadas até agora 20633 hectares. A produtividade prevista inicialmente era de 3309,49 kg/ha e hoje essa expectativa caiu para 2121,29kg/ha, ou seja 35,9% a menos”.

Ele acrescenta: “Na cultura da soja, ainda são um pouco incalculáveis as perdas, pois o retorno das chuvas pode mudar o cenário. Estamos acompanhando diretamente os agricultores, e semanalmente é gerado um parecer por município, lembrando que a nossa regional engloba os Vales do Taquari e Caí”.

Cristiano Carlos Laste, gerente da Emater, estima perda de 35,9% na safra de soja

Em Fontoura Xavier a queda de produção prevista pelos agricultores está no mesmo patamar. De acordo com o produtor Antonio Carlos Carlos França da Silva, o desenvolvimento da planta está muito prejudicado. “Eu plantei 120 hectares de soja, uma parte consegui plantar em outubro, e a outra atrasou muito em razão da estiagem. Com isso, o desenvolvimento das plantas está muito ruim, a planta está baixa, com poucas vagens, será um ano muito difícil”.

Para Antonio, a produção deve cair pela metade em relação à última safra

Quanto a produtividade, o produtor afirma que será muito abaixo da média do ano passado. “Nesse ano a produtividade será muito abaixo dos outros anos, eu estimo em torno de 20 a 25 sacas por hectare, sendo que no ano passado, em média, deu 50 sacas por hectare”.

Ainda, de acordo com Silva, mesmo com as chuvas dos últimos dias a questão de produtividade não irá mudar. “Mesmo chovendo agora não tem mais o que fazer, não tem como recuperar a perda, que está em torno de 50%. Os prejuízos são irreversíveis. Nós inclusive já encaminhamos o Proagro, para tentar amenizar um pouco os prejuízos e cobrir os custos, que foram muito altos”.

 Pessimismo

Agricultor está pessimista quanto a safra e afirma que terá prejuízo

Com 500 hectares plantados, 120 destes em Fontoura Xavier, o produtor José Carlos Pancotte mostra pessimismo quanto a safra 2021/2022. “Conseguimos plantar um pouco na época certa, o restante conforme o tempo deixou, e quando se planta fora de época a produção é menor, pois o desenvolvimento é muito ruim devido a falta de chuvas, será uma safra muito abaixo do esperado”.

Ele finaliza: “Era para colhermos mais do que na última safra, mas do jeito que está fica muito difícil fazer uma projeção de quanto vamos colher. Eu penso que se tudo for bem daqui em diante vamos colher no máximo 30 sacas por hectare, se conseguirmos isso estará muito bom diante desse cenário, mas é um risco afirmar. Mas tudo indica que teremos prejuízo esse ano e precisamos torcer para uma safra boa no ano que vem”.

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