Ocorrências foram registradas na última semana
Duas ocorrências policiais foram registradas na Delegacia de Polícia de Arvorezinha na última semana, sendo uma na terça-feira, 8, e outra na quarta-feira, 9. Elas apresentam em seu conteúdo acusações contra um servidor público municipal (cargo de confiança), lotado na Secretaria de Obras.
Os registros foram autuados como injúria discriminatória, sendo um por racismo e outro por homofobia.
Diante da situação, o secretário de Obras, Serviços Públicos e Trânsito, Sílvio Grápegio, solicitou ao prefeito Jaime Borsatto a abertura de uma sindicância para apurar os fatos, bem como o afastamento do servidor da Secretaria em que ele está lotado. “É um ato que eu não concordo. Eu tenho parentes negros. Meu avô era negro. Racismo é crime e homofobia também. Ninguém tem nada a ver com a vida do outro. Basta só ter o respeito pelo próximo”, disse o secretário.
“Quando fiquei sabendo, além da abertura de uma sindicância, pedi o afastamento dele porque não havia mais clima para trabalharmos juntos, e também para evitar outros futuros problemas”, acrescentou.
Na ocorrência que registra homofobia, a vítima relata que chegou ao seu conhecimento que o servidor teria denegrido sua imagem chamando-a de “machorra”, referindo-se a ela com termos homofóbicos no ambiente de trabalho. Relatou que o fato se deu porque ela, a vítima, está trabalhando na Secretaria de Obras e está nesta função pública desde a Administração passada, que era do partido ao qual o acusado não é adepto. Uma testemunha teria presenciado o fato e censurado o servidor para que não ofendesse a vítima.
Já na outra ocorrência, esta de racismo, outra vítima relata que sofreu injúria discriminatória cometida pelo mesmo servidor. O fato se deu no contexto de que a vítima, funcionário da prefeitura e atuante na Secretaria de Obras, já havia trabalhado na prefeitura na gestão anterior, gerida por outro partido político. Segundo a vítima, o acusado vinha a perseguindo com palavras, e teria o chamado de “seu negro”, na intenção de ofendê-lo. Ainda, segundo a vítima, tudo ocorreu apenas pelo motivo de ela dar sugestões sobre a execução do serviço a ser realizado. A vítima ainda expôs que o servidor a teria mandado passar na prefeitura e pedir as contas, caso não gostasse.
O delegado, Marcos Vinicius Muniz Veloso, relata que testemunhas estão sendo ouvidas e que as ocorrências estão tramitando de forma normal. Ainda, conforme o delegado, se houver a comprovação dos crimes, o servidor será indiciado por injuria discriminatória.
Contraponto
O Eco Regional entrou em contato com o servidor que é suspeito da prática dos atos de racismo e homofobia, mas ele preferiu não se manifestar. Até o fechamento desta edição o cargo em confiança permanecia em função e o prefeito ainda não determinou a abertura da sindicância.