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Servidores da segurança pública participam de manifestação

 

Por Rosemary Piccinini

Milhares de servidores da segurança pública, civis e penitenciários, encheram as ruas de Porto Alegre rumo ao Palácio do Piratini na terça-feira, 22. A principal reivindicação é a reposição salarial. Da região participaram agentes de Arvorezinha, Anta Gorda, Putinga e Ilópolis.

A inspetora da Polícia Civil, Alessandra Bortolini, de Anta Gorda, relata sobre o protesto. “Foi uma das maiores manifestações da história como Polícia Civil. A nossa luta, em especial, é pela reposição salarial. Nós nem estamos pedindo aumento, nós estamos só pedindo a reposição, que não temos há muito tempo. Tudo aumenta, salário mínimo, custos com alimentação, água, luz, telefone, enfim”, declarou.

“Nós sabemos que o Estado conseguiu se estruturar muito bem e nós perdemos muito nesses últimos tempos. Se fossemos pedir exatamente o que deveríamos, seria mais de 50%. Não fizemos isso porque é ilógico e esse montante o Estado não terá, por isso estamos pedindo apenas o que é justo”, frisou ao declarar que cogitou-se uma oferta de 5%. “Mas nós estamos pedindo mais, porque 5% foi apenas a inflação mês de fevereiro”, pontuou.

Alessandra enfatiza ainda que mesmo diante da pandemia a Polícia Civil não parou. “Nós perdemos muito e não paramos. Eu, por exemplo, trabalhei em meio ao auge da pandemia, grávida, até os meus últimos dias de gestação. Nós não tínhamos como parar, nos casos graves a gente sempre atendia a população, muitas vezes não atendemos presencialmente, mas fazendo as ocorrências e enviando por e-mail e WhatsApp. A gente tentou não deixar a população sem atendimento, sem a segurança pública”, salientou.

Ela também explana sobre a perda de muitos direitos ao longo dos anos. “As mulheres policiais, por exemplo, não têm uma aposentadoria especial como as professoras ou agricultoras, e a maioria das pessoas não conhece a nossa realidade. Nós temos uma família, mas nós temos que deixar as nossas casas de madrugada, nós ficamos até tarde na rua, nós abrimos mão de muita coisa para fazer o bem para a população, e muitas vezes isso não é visto”, lamenta.

“As pessoas não nos procuram para contar histórias bonitas. As pessoas vêm aqui com problemas e nós temos que ajudá-las a resolver. Então não é uma profissão fácil, e para a mulher é pior ainda, porque precisa se estruturar muito mais do que qualquer outro membro da instituição. Nós precisamos mostrar a nossa força, nós precisamos provar todos os dias que somos capazes, que somos iguais”, destacou.

A inspetora ressalta que a valorização é necessária. “Nós vamos lutar por nossos direitos. Outra luta nossa é que os policiais que se aposentam continuam pagando previdência. Isso não existia e começou a ser cobrado nos últimos anos com uma atualização da legislação do nosso governador do Estado. Qualquer outra pessoa que se aposente não tem mais os seus descontos, mas nós policiais sim, e quando digo nós, policiais, eu me refiro a servidores do Estado. Nós não temos sequer um Fundo de Garantia para resgate e a nossa contribuição ela é alta. Isso também é algo que vamos correr atrás para tentar mudar, porque não é justo a pessoa se aposentar e continuar pagando previdência até o final da sua vida”, pontuou.

Ela ainda revela que também houve muitas mudanças em relação aos benefícios concedidos às famílias dos policiais, quando estes morrem. “Agora, a família só vai receber o valor integral caso o policial morra em serviço. Se ele morrer em decorrência do estresse, de um infarto, não”, lamenta.

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