Com o aumento de casos de coronavírus as aulas da rede municipal foram suspensas, medida que foi bem aceita pela comunidade
Devido ao aumento de casos de coronavírus registrados em Fontoura Xavier nas últimas semanas, no dia 7 de junho o prefeito Luiz Armando Taffarel anunciou um novo decreto reforçando as medidas de prevenção contra a Covid-19. Entre essas medidas está a suspensão das aulas na rede municipal de ensino por tempo indeterminado.
A secretária de Educação, Laudete Bortoncello Nunes, explica os motivos que levaram a essa medida. “Tivemos o aumento de casos no município de Fontoura Xavier, com infecção de professores, funcionários do transporte escolar e conselheiras tutelares, as quais estão em contato direto com alunos da rede municipal. Então achamos por bem tomar essa medida”.
Ela complementa: “Infelizmente os casos ainda estão sendo registrados em grande número, inclusive em crianças. Enquanto estiver essa situação não voltaremos, agora o importante é pensar na saúde e na vida das pessoas”.
Medida aprovada
A ex-secretária de Educação, Maria José Godoy da Rosa, afirma que apoia a decisão tomada pela atual Administração Municipal. “Na verdade, eu sou contra o retorno às aulas. Não é só uma questão das crianças, dos pais ou dos educadores. É todo um contexto, a comunidade escolar é uma só e a gente tem que pensar que entre os nossos alunos, nós temos crianças que têm algum problema também de saúde. Então, entra nesse caso das comorbidades”.
Maria José ressalta que os alunos não são vacinados e que isso representa um risco para toda a família. “E eles vão circular na escola, nos corredores, banheiro, no transporte escolar. Tem que ter toda essa sensibilidade. As crianças estão indo para escola, elas têm assegurado por lei o acesso às aulas, estão tendo as aulas online e híbridas. E eu acho que de certa forma, a gente tem que pensar na vida dessas crianças. Nós já tivemos casos de alunos infectados, professores, tanto da rede municipal, como da rede estadual”.
Para a ex-secretária, a prioridade nesse momento é a vida. “Sabemos que o ensino fica um pouco prejudicado, mas vidas não se recuperam, as aulas sim. A gente sabe que vai existir um declínio na aprendizagem, sim, as crianças devem ser alfabetizadas no primeiro e no segundo ano. Então, imagine como é que a gente vai alfabetizar uma criança online. A gente sabe que é complicado, mas a gente deve ter essa sensibilidade com os nossos os filhos”.
A vereadora Carolina Prestes também é a favor da suspensão, mas salienta que outras medidas devem ser tomadas. “Eu sou a favor da suspensão, mas antes de suspender as aulas os bares deveriam ser esvaziados, proibir jogos, festas e jantas que a população faz. Precisamos que todos tenham consciência de que isso é errado. Talvez o problema nem seja na escola, e quem está pagando a conta são os alunos, que estão sem aulas e tendo um prejuízo enorme na Educação. Mas, eu entendo que é uma situação difícil para os alunos e professores, pois é perigoso, até porque as vacinas não são totalmente seguras e todos têm familiares em casa”.
Carolina afirma que o melhor agora é aguardar que os casos diminuam e que a maioria da população seja vacinada. “Com a maioria da das pessoas vacinadas teremos uma segurança maior, mas eu não vejo adiantar de nada as crianças sem aula e os bares funcionando, e pessoas andando sem máscara nas ruas. Creio que deveria ter mais fiscalização e multas para as pessoas que promovem aglomerações”.
Da mesma forma, o presidente da Câmara de Vereadores, Ivan Borges, cobra outras medidas além da suspensão das aulas. “Eu vejo que as aulas têm que ser retomadas gradualmente, com os cuidados necessários. Não temos certeza se são as aulas que aumentaram os casos, até porque não adianta suspender e outras atividades menos necessárias serem mantidas”.