Grupo de Anta Gorda leva música às casas e ruas da cidade
Por Manoela Alves
Ouvir as vozes alegres cantando pelas ruas, o som da gaita, as crianças e idosos esperando nas janelas para ver o Terno de Reis passar. São sentimentos de nostalgia que contagiam até mesmo quem nunca havia visto o Terno.
Anadir Canello, participante do Terno de Reis “Resgatando o Passadode Anta Gorda, que tem como lema “quem canta seus males espanta”, conta com emoção como foi trazer de volta, após 20 anos, a música e alegria do Terno para o município. “Sempre foi uma tradição, mas com o passar dos anos, as pessoas foram indo embora, envelhecendo ou faleceram e nós ficamos duas décadas sem dar seguimento a esta tradição”, relembra.
Ela continua: “Depois deste tempo, foi criado um projeto no Cras, junto aos serviços de fortalecimento de vínculos, onde foi trabalhado o resgate do passado, trazendo de volta a tradição do Terno de Reis e, então, voltamos a cantar”, relembra Anadir.
O grupo voltou às atividades no ano de 2015, permanecendo até 2019, quando pausaram os trabalhos devido a pandemia da Covid-19.
Anadir explana que após sua saída do serviço público, não houve continuidade no projeto. Então, o grupo, de forma voluntária, optou pela retomada, sem vínculos com a Administração Municipal.
Resgatando o passado e preservando o futuro
Todos os anos, em 25 de dezembro, o grupo começa a cantar os Reis, fortalecendo as tradições para que tenham continuidade no futuro.
“O objetivo é, em primeiro lugar, regatar as tradições e dar continuidade a este importante projeto e, em segundo, levar a alegria a todas as pessoas. O que observamos muito é que aqueles que já conheciam o Terno de Reis sentiram uma grande alegria, uma grande emoção, quando chegamos nas casas para cantar”, conta.
Ela explana que não escolhem as famílias a serem visitadas, que vão onde as pessoas pedem pela presença deles, assim como nas casas em que sabem da admiração pela tradição. Mas não é difícil o grupo chegar de surpresa e surpreender as famílias com sua alegria.
“Nós somos muito bem recepcionados em todas as casas que passamos e com abundância de comidas. Este não é o objetivo do Terno, mas entendemos que é tradição e somos muito felizes e gratos por onde passamos”, fala Anadir.
Este ano o grupo pode visitar cerca de seis famílias por noite. “Nós optamos por não ir até muito tarde, pois sabemos que muitos acordam cedo e tem compromissos de trabalho e seus afazeres”.
Grupo prestigiou encontro em Arvorezinha
No dia 6 de janeiro, a Linha Terceira Baixa, no interior de Arvorezinha, sediou o 2° Encontro de Terno de Reis. “Nós também nos apresentamos na comunidade da Linha Sangão, que nos fez o convite. Foi uma confraternização muito bonita, onde cada família levou um prato, para ser compartilhado entre todos. É uma amostra do espírito de harmonia e união entre as pessoas”, conta.
Anadir explana que já há convites para que no próximo ano o Terno realize a confraternização na comunidade da Linha Tunas.
“Nós sempre somos bem recebidos. É emocionante, pois costumávamos fazer o nosso encerramento na Praça Central de Anta Gorda e era muito bonito, e agora não é feito mais, então buscamos confraternizar junto aos outros grupos. Nós ainda firmamos o compromisso de, a cada ano, prestigiar uma comunidade diferente com o encerramento do Terno. São muito bonitos e emocionantes estes momentos”, finaliza.