Coluna do Doutor Marco Seferin que será publicada quinzenalmente
É errado pensar que só cantores e artistas têm problemas com a voz. Alguns casos são mais conhecidos, é verdade, como podemos citar o sertanejo Zezé Di Camargo e Steven Tyler, vocalista da banda Aerosmith. Usamos nossa voz o tempo todo, mas a maioria nem pensa nisso até que a perdemos temporariamente por causa de uma doença. Portanto, a voz deve fazer parte da saúde de todos, famosos ou não, em especial quem a utiliza mais no dia a dia.
É relativamente comum perder a voz após um forte resfriado que evolui para laringite, a qual pode ser acompanhada de tosse forte e rouquidão. Na maioria das vezes, nossa voz se recupera depois de alguns dias. Mas de vez em quando, a rouquidão não desaparece, levando a uma voz baixa e falhada e, por fim, danificando nossas cordas vocais.
Importante dizer que a rouquidão temporária ocorre em quase todas as pessoas, e quase 20% dos brasileiros têm algum grau de disfunção vocal crônica. Esse número é ainda maior em pessoas com profissões com uso intensivo de voz. Os professores, por exemplo, relatam problemas com suas vozes 60% do tempo em sua vida.
Aqueles que usam demasiadamente a voz e que relatam alterações podem desenvolver nódulos, chamados popularmente de calos nas cordas vocais. Cada caso requer avaliação médica, mas em algumas situações o tratamento se dá com cirurgias para corrigir o problema ou através de sessões de fonoterapia. Há lesões que são benignas, mas há também aquelas que evoluem para malignas (câncer), em especial quando associadas à ingestão de álcool e ao hábito de fumar.
Então, fica a orientação! Se apresentar rouquidão por mais de 15 dias é indicado fazer uma avaliação mais precisa com um médico especialista. O profissional saberá identificar se tem algum nódulo, cisto ou outro tipo de lesão mais grave, que se detectada precocemente tem grande chance de cura.
Doutor Marco Seferin
Telefone: (51) 9 9636 3788