Por Fabiana Borelli
A falta de mão de obra qualificada é um desafio enfrentado por muitas indústrias e setores produtivos. Essa escassez de trabalhadores com as habilidades e conhecimentos necessários para preencher as demandas específicas de empregos e posições em determinadas áreas é um dos maiores desafios dos empreendedores.
Existem várias razões para haver a falta de mão de obra qualificada, sendo: mudanças no mercado de trabalho, o progresso tecnológico e as mudanças na economia podem resultar em uma demanda por novas habilidades e competências; lacuna entre educação e emprego; envelhecimento da força de trabalho; falta de treinamento adequado, às vezes, os empregadores não fornecem oportunidades de treinamento e desenvolvimento para atualizar as habilidades dos trabalhadores existentes ou para preencher as lacunas de habilidades necessárias.
A consultora e proprietária da FR Assessoria Empresarial, Fernanda Roveda, que atua com consultoria desde 2018, concorda que a falta de mão de obra é o maior desafio do empreendedor, ela fala da sua atuação junto aos empreendedores. “Eu estou no ramo de consultoria desde 2018, mas antes disso eu fui buscar o conhecimento prático e teórico nas áreas para poder começar a atuar com a consultoria. Eu digo que é um trabalho com assessoria que eu ando junto com o cliente, pego na mão e levo ele a todo o conhecimento necessário, acompanho ele nessa trajetória”.
Com a sua experiência junto às empresas, Fernanda tem propriedade para falar do assunto. “Com certeza é um dos principais desafios, e o maior desafio é a ilusão de que a gente vai encontrar alguém pronto no mercado. A gente não vai encontrar ninguém pronto, será necessário moldar o profissional, penso que essa é a melhor forma também porque a gente consegue moldar o funcionário de acordo com a cultura da empresa, de acordo com o seu jeito e seu perfil de gestão, penso que é o caminho mais leve”.
Ela ainda acrescenta: “às vezes esse caminho é mais demorado no início, mas é o melhor caminho”.
Fernanda ressalta que a falta de mão de obra qualificada tem como maior causa uma falha na educação, mas ressalta que a maior escassez não é de mão de obra qualificada. “A maior dificuldade se inicia na área da educação, onde já deveria se preparar os jovens para o mercado de trabalho, essa é a maior dificuldade, pois eles não saem da escola com esse preparo, e esse hiato entre a escola, um curso técnico ou faculdade e o mercado de trabalho causa essa defasagem de mão de obra. Porém, hoje a maior carência é de mão de obra na produção, a chamada mão de obra de chão de fábrica”.
Ela fala sobre as principais causas para essa carência, em contraponto a oferta de vagas. “Sabemos que na nossa região há uma grande oferta de empregos, e uma carência de mão de obra, isso se deve muito pelo fato de que as pessoas não se firmam mais nas suas raízes como se firmavam antes, hoje por R$ 50,00 elas acabam mudando de um trabalho para o outro. É algo cultural que vem mudando muito de geração em geração. Muitas vezes já chegam pensando quanto vão ganhar e não na função que vão desempenhar”.
Assistencialismo
Outra causa apontada pela consultora para a escassez de mão de obra é o assistencialismo. Ela ressalta que ao receber um benefício social muitas pessoas optam por não trabalhar formalmente. “Penso que o assistencialismo também contribui muito para essa dificuldade na mão de obra, e aumenta a mão de obra informal. Eu sempre digo eu sou a favor de uma Bolsa Trabalho, não o Bolsa Família, ou seja, comprove sua frequência ao trabalho todo mês e tenha direito a sua Bolsa no final do mês, isso amenizaria a falta de mão de obra e também seria um incremento na renda das famílias, só o assistencialismo não resolve o problema de renda”.
União para resolução
Para Fernanda, uma forma de resolver o problema com a falta de mão de obra é a união das empresas. “A curto prazo eu diria que a solução é as empresas se unirem e não agirem como empresas concorrentes, porque tem espaço para todas crescerem. Se elas se unirem com as Associações Comerciais conseguem dar esse suporte e auxiliar os empresários também no que pode ser feito com o governo ou com os meios políticos para fomentar a educação e fazer um planejamento diferenciado”.
Ela finaliza: “então vejo que essa união na busca de solução e também no investimento das empresas em qualificação dos seus colaboradores pode ser o início da resolução desse problema, mas é um longo caminho que depende de vários fatores”.