InícioDestaqueConcurso de Árvores Gigantes entra na reta final de inscrições

Concurso de Árvores Gigantes entra na reta final de inscrições


Nesta edição, iniciativa busca encontrar as dez maiores árvores de erva-mate existentes em solo gaúcho

Em sua segunda edição, o concurso de Árvores Gigantes entra na reta final de inscrições. Interessados em participar têm até o dia 30 de junho para realizar sua inscrição de forma presencial nos escritórios da Emater/RS de cada município. Promovido pelo Laboratório de Manejo da Vida Silvestre da Universidade de Passo Fundo (Lamvis/UPF), com apoio da Emater, esta edição do concurso busca identificar e premiar os maiores exemplares arbóreos de erva-mate existentes no Rio Grande do Sul. Para isso, a iniciativa conta com a participação dos cinco polos ervateiros do Estado, além de entidades como Ibramate, Sindimate, Secretaria Estadual da Agricultura, Projeto Charão/AMA, Associações de Produtores de Erva-mate, Cotrijal, Coprel e ICMBio-Floresta Nacional de Passo Fundo.

O Rio Grande do Sul conta atualmente com cinco polos ervateiros: Região de Machadinho, de Erechim, de Palmeira das Missões, de Venâncio Aires e do Alto Taquari. Para o concurso, será usado o critério de circunferência, uma vez que é mais fácil para o produtor realizar o cálculo. A proposta é encontrar árvores que conseguiram viver por muito tempo e, por consequência, possuem uma carga genética resistente ao clima, doenças e pragas. Essas plantas, muito bem adaptadas ao solo são, naturalmente, candidatas a fornecer sementes para o futuro, para a produção de mudas de qualidade de espécies arbóreas.

Erva-mate para além do chimarrão
O principal objetivo do concurso é preservar a fauna e flora do estado. Em artigo publicado na revista Biodiversidade Brasileira – publicação eletrônica científica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – pesquisadores da Universidade e da Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) descobriram que a erva-mate é uma das espécies arbóreas mais consumidas por aves frugívoras (aquelas que têm uma dieta baseada principalmente no consumo de frutos) como sabiás e sanhaços, desempenhando, assim, papel central nos processos ecológicos de dispersão de sementes na região.

Ao longo de 1080 horas de observações em campo, foram registradas 70 espécies de aves consumindo frutos de 12 espécies arbóreas nativas, entre elas a erva-mate, tradicionalmente conhecida pelo seu uso no chimarrão e no tereré. Segundo os autores, a erva-mate destacou-se não apenas pelo número de visitas de aves, mas também pela intensidade da frugivoria observada. “As aves demonstraram clara preferência pelos frutos da erva-mate, consumindo-os em grande quantidade e engolindo-os inteiros, o que facilita a dispersão eficaz das sementes”, explica o estudo.

A partir do estudo, é possível entender como árvores como a erva-mate tornam-se aliadas importantes, não apenas por seu valor cultural e econômico, mas também por sua função ecológica fundamental nos ecossistemas sul-brasileiros. “Buscamos resgatar a importância dos ambientes florestais, e usamos desta estratégia de escolher uma espécie por ano para chamar a atenção dos proprietários de terras”, explica o professor Jaime Martinez, coordenador da ação. “Normalmente, as pessoas conhecem erva-mate plantada para fins de colheita, mas poucos conhecem erva-mate nativa, que está há centenas de anos dentro dos nossos remanescentes florestais”, acrescenta.

O artigo completo pode ser acessado na Biodiversidade Brasileira pelo link: https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v15i2.2610

Deixe uma resposta

Digite seu comentário
Por favor, informe seu nome

SIGA-NOS

42,064FãsCurtir
23,600SeguidoresSeguir
1,140InscritosInscrever

ÚLTIMAS