Chimarrão, Churrasco e Fandango atraiu grande público no Parque de Eventos de Arvorezinha no último domingo
A parceria, o riso, a alegria, a cooperação, o trabalho voluntário e a valorização do setor ervateiro esteve em evidência no domingo, dia 19 de março, no Parque de Eventos de Arvorezinha, quando mais de 2.000 mil pessoas com a cuia na mão se uniram para conquistar um feito histórico, um lugar no livro dos recordes, no Guinnes Book, que registrará a maior mateada da história.
A ideia, surgiu em uma conversa entre os amigos Ezequiel Delalibera e Alécio Sassi, o qual, ao apoiar o evento sugeriu convidar outros ervateiros. A partir disso, passaram a cooperar com a iniciativa os empresários Diego Rosolen e Rodrigo Batispaglia, que contaram também com a colaboração dos amigos Flavio Boelter e Ricardo Siqueira, os quais coordenaram a parte das indústrias ervateiras. Além deles, cerca de 150 pessoas trabalharam e cooperaram com a organização do evento de forma voluntária, seja como assadores de carne, ou coordenando alguma ação.
O início do evento foi com momentos de fé e oração, com a celebração da Missa Crioula na parte da manhã.
Logo em seguida, por volta das 10h, foi a vez dos assadores comandarem as grelhas e churrasqueiras montadas em meio às árvores do Parque de Eventos, dando início à churrasqueada, que proporcionou ao público uma experiência gastronômica única e incrível, cultuando uma das mais belas e saborosas tradições gaúchas.
O ponto alto do evento iniciou por volta das 14h, tendo início a mateada, onde, em clima de união e valorização a uma das principais riquezas econômicas e culturais de Arvorezinha, a erva-mate, reuniu-se o maior número de indústrias ervateiras locais da história do município, ervateiras da região e de outros estados.
Registrada, até o momento, como maior mateada já realizada no mundo, as 2.000 pessoas que uniram-se no Parque de Eventos com a cuia na mão, contribuíram para escrever um importante episódio da história de Arvorezinha, que deverá ficar registrado no Guinness Book, Livro dos Recordes, reforçando ainda mais o título de Terra da Erva-Mate e do Melhor Chimarrão.
19 indústrias ervateiras de Arvorezinha marcaram presença
Um momento histórico que também fez parte deste evento foi a união do maior número de indústrias ervateiras registradas no município de Arvorezinha, onde 19 ervateiros estiveram juntos, no mesmo espaço, interagindo uns com os outros, colaborando na montagem de seus espaços, trocando experiências e recebendo os visitantes para celebrar e divulgar a erva-mate aqui produzida.
Estiveram presentes as indústrias Rei Verde, Natumate, Ki Mate, Erva-Mate Panis, Natufolha, Multimate, Cia do Mate, Gaúcha da Serra, Nutrimate, Portão, Schneider (Globomate), Ponche Verde, De Valérios, Valério, Sanson, Show Mate, Sabadin, Macedo e Invernada.
Indústrias da região e de outros estados estiveram presentes
Também fizeram parte desde grandioso evento as indústrias ervateiras da região Amizade e Roda do Mate, de Ilópolis; Galponeira e Sabor Amigo, de Itapuca; e RB Renato Bregolin, de São Valentin do Sul.
Ervateiras de outros estados também participaram do evento
Ultrapassando as fronteiras gaúchas, também estiveram participando do evento indústrias ervateiras de outros estados, sendo elas: Matuta, do de Goiás; Cor e Sabor e São Roque, do Mato Grosso do Sul; Giotti, do Paraná; e Taura, de Santa Catarina.
Apelo social foi muito positivo
Além de fortalecer as principais culturas gaúchas, o evento também foi marcado pelo apelo social, havendo expressiva contribuição do público presente.
A Apae arrecadou em torno de R$ 2.200,00 e mais de 100 kg de alimentos.
Os Bombeiros Voluntários comercializaram cerca de 150 kg de erva-mate, arrecadando em torno de R$ 1.500,00 junto aos ervateiros. Além disso, arrecadarem mais R$ 925,00 com a comercialização de pizzas em parceria com indústria Tia Inês Alimentos. Ainda, a entidade seguirá comercializando a erva-mate que restou no dia do evento.
Também, diante da participação no evento, foi realizada a troca das lâmpadas do prédio da Brigada Militar, num investimento de R$ 500,00, como forma de reconhecimento por parte dos organizadores.
Foram servidos cerca de 1.000 almoços.
Sendo o Parque de Eventos de propriedade do Município, os organizadores realizaram a locação e após o evento realizaram a limpeza do espaço, entregando o parque limpo ao Município.
Parceria, amizade e voluntariado tornaram o evento um sucesso
Em clima de alegria e celebração, a cidade se uniu para o evento, que reuniu as ervateiras locais, atraiu indústrias da região e de outros estados, o que para os organizadores do evento foi resultado da parceria de empresas, parceiros e voluntários de Arvorezinha e de toda a região.
Para Diego Rosolen, a experiência foi muito positiva. “Realizamos um evento deste porte de forma particular, sem incentivos de Governos, tudo através de patrocínios de empresas, de parceiros e de voluntários, os quais ajudaram desde a cobrança de ingressos, venda de fichas, de assar o churrasco, até a limpeza do parque. O pessoal do churrasco começou às 06h da manhã e trabalhou até às 18h, todos de forma voluntária, sem receber nada em troca”, comenta.
Ele ressalta que foi uma ideia boa que surgiu e que todo mundo acreditou. “Embora tenha essa concorrência no mercado, entre as marcas, os empresários sabem que é importante unir o setor e ter benefícios, trocar experiências, pensar em novas tecnologias, novas formas de produzir, fortalecendo o setor como um todo. Muito se falou no evento sobre a importância de fomentar a ideia do consumo do chimarrão, da erva-mate, pois sem a divulgação da cultura, dos benefícios do nosso produto, o consumo vai começar a diminuir no futuro, pois o pessoal mais velho é que tem mais a tradição do chimarrão e o pessoal mais novo já não tem tanto essa tradição. E caindo o consumo, todos se prejudicam, principalmente a economia de Arvorezinha e região. Por isso, precisamos trabalhar essa questão, realizar campanhas de divulgação a nível nacional sobre consumo de chimarrão”, diz o empresário.
Ezequiel Delalibera falou da união do setor ervateiro durante o evento. “Foi emocionante ver no sábado, antes do evento, os empresários ervateiros, um ajudando o outro a instalar seus banners, embora concorrentes, mas não rivais, além de ajudarem na montagem das demais estruturas do evento. Um ajudou o outro, ninguém fez somente o seu, a marca de cada um estava ali, mas não importava o tamanho da empresa, mas sim o sucesso do evento. Foi muito bonita essa integração”, relata.
Agora os organizadores do evento iniciam o processo de registro da mateada no Guinness Book Guineess, como maior mateada já registrada. De acordo com Rosolen, não há registros de mateadas com chimarrão ainda no Livro dos Recordes, apenas com tererê, que foi realizada no Paraguai, com a presença de 1.332 pessoas. “Agora pagaremos uma taxa e solicitaremos o registro de um novo recorde, e para comprovar precisamos encaminhar evidências, que são fotos, vídeos, matérias da cobertura do evento. É um processo que pode levar até seis meses”.
Ezequiel menciona ainda que também é um recorde o número de ervateiras presentes, totalizando 29.
Empresários avaliam o evento
O proprietário da Erva-Mate Panis, Renato Panis, destaca a importância do evento para o setor ervateiro. “Avalio como muito positiva essa mateada, que colocou a erva-mate, principalmente de Arvorezinha, em evidência. Tivemos uma visibilidade muito boa para todo setor, e, para nós da Erva-Mate Panis foi excelente, pois divulgamos nosso produto e tivemos novas oportunidades de negócios”, comentou.
Magali Barbizan, sócia proprietária da Natufolha, enfatiza o empenho da organização na realização do evento. “Primeiro lugar, foi louvável a iniciativa de realizar essa mateada, e por ser a primeira foi de excelente organização. O ponto mais forte de tudo isso é o fato de quase 100% das ervateiras de Arvorezinha estarem presentes, o que nunca aconteceu. Foi uma feira que tinha vários nomes de empresas fortes, inclusive de outros setores. É um caminho que podemos seguir e evoluir, crescer, até pensando em termos da nossa Feira, a Femate”, avaliou.
Para o empresário Dorneles Valério foi um evento muito especial, onde os organizadores, que não são do setor ervateiro, conseguiram unir quase 100% do setor ervateiro, trazendo, inclusive, empresas de fora do estado. “Esse evento trouxe benefícios muito bons para o setor ervateiro como um todo, não para uma marca apenas, mas para todo o setor. Estava todo mundo unido em prol de um evento que foi bom para o município, que é quem recebe o retorno, para os produtores e para a indústria. Foi um evento sem politicagem e o setor tem que se unir, independente de política, nossa bandeira é a erva-mate. O que seria de Arvorezinha numa época difícil dessa se não fosse a erva-mate? Pode ter seca, chuva, a erva-mate é uma planta abençoada, e precisamos trabalhar unidos em prol. É nessas horas que temos que valorizar nosso produto, mostrar o que temos de bom, que precisa ser mostrado para o mundo, e a erva-mate é o principal aqui para nós”, analisa o fundador da Ervateira Valério.
Também presente no evento, o sócio proprietário da Ervateira Natumate, Adriano Fassina, destaca a importância do evento para a região. “O evento foi ótimo, precisamos agradecer e parabenizar os organizadores, sem olhar com olhos críticos. Precisamos entender que esse evento não é de um grupo de pessoas, de partidos políticos, dos ervateiros, mas sim de toda uma região que depende da erva-mate, do chimarrão. Foi muito bem pensado e vejo esse evento como uma semente plantada, que lá na frente poderemos colher os frutos. Podemos aperfeiçoar ele, se engajar mais, a sociedade precisa se envolver mais, para que juntos possamos cada vez mais exaltar o chimarrão, que é o que nos sustenta, nos move, e que faz com que a economia da nossa região, e principalmente do nosso município, gire e traga desenvolvimento e crescimento. Parabenizo toda equipe que desenvolveu esse projeto, a erva-mate tem um grande potencial e esse evento é uma oportunidade de divulgar nosso produto”, comenta.
