Por Jaqueline Merlin
Após um ano das enchentes que deixaram rastros de destruição em Putinga, o Eco Regional conversou com Jonatas Cenci Toniolo, 27 anos, que mora no centro da cidade, próximo ao local que teve uma casa arrancada pela força das águas e bastante prejudicado.
Toniolo comenta que, apesar de estar bem próximo do local que acumulou mais água, na parte frontal da casa, a água não invadiu, já que na porta principal tem uma altura de escadas de mais ou menos um metro. “A água não entrou porque a casa aqui da esquina foi levada embora, o espaço que abriu deu maior vazão à água que chegava, e seguia o percurso”, relembra.
“Moro com minha mãe e padrasto, saímos por orientação de segurança de casa. Nos fundos, tínhamos uma gaiola com algumas galinhas, elas foram soltas, porém, mesmo soltas, algumas foram levadas pela água, assim como vários utensílios e máquinas que estavam no porão. Lá o acúmulo de água foi maior. Quando saímos de casa, chovia bastante, tinha bastante água, mas ela seguia o percurso normalmente. Acredito que, com a saída da água da barragem, ela veio com muito mais força, levando o que encontrou pela frente”, comenta ele.
O morador continua relatando as memórias daqueles dias inesquecíveis. “Era em torno das 21 horas. Eu falei para minha mãe que, se a água aumentasse muito, me chamasse; a água subiu, ela me chamou em torno das 9 horas da manhã seguinte, nos aprontamos e saímos em seguida. A hora em que a gente atravessou a rua, já tinha que tomar cuidado para a água não levar, pois já estava forte”, descreve Toniolo, relembrando aqueles momentos marcantes.
O sentimento que prevalece na atualidade, após um ano do acontecimento, é descrito por ele. “Hoje, mesmo com a recuperação das coisas materiais, as marcas permanecem. No domingo de Páscoa, que choveu e deu umas trovoadas, imaginei aqueles dias de novo. Então, acho que todo mundo fica com receio um pouco, sabe? Mas eu acho que está bem mais tranquilo agora. Até porque fizeram melhorias no rio. A gente se vê mais seguro, pelo menos”, finaliza, com esperança de que aqueles momentos sejam vividos apenas nas lembranças.