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Até onde vai o amor?

Essa semana nos deparamos com terríveis notícias, mas todas com o mesmo embasamento: homens que não aceitam que relacionamentos acabam, e tratam a mulher como sendo sua propriedade, punindo muitas com a morte, porque ousam não os amar mais.

Alguns rompem a barreira e sentem tanta vontade de ferir a ex-companheira, que externam sua fúria contra os filhos, crianças indefesas, que, por confiarem no pai, lhe dão a pequena mão, enquanto, na verdade eles estão os levando para a morte.

Até onde vai o amor, a possessão, a fúria devido à rejeição? Século XXI e a causa de maior mortalidade das mulheres ainda é, em algum momento da vida, acreditar em um amor que pode não ser o maior, mas será o último de sua vida.

No caso de Nova Alvorada, surpresa ao ver onde chegou a não aceitação de Jean. Amigos nas redes sociais lamentam o ocorrido, colegas de trabalho não acreditam nas notícias que recebem, todos desejam força para a família, é sempre assim de onde menos se espera.

A violência nunca inicia junto ao relacionamento, é muito discreta, são apenas sinais; ele é ciumento porque me ama, ele não gosta que eu saia sozinha porque se preocupa, ele quer toda a minha atenção para si, isso é amor, é carinho.

Mas tudo vai mudando, as primeiras demonstrações podem ser gritos, ameaças, são todas as formas. Mas acabam da mesma forma, ele se arrepende, chora, pede perdão, jura que nunca mais isso vai se repetir… mas se repete, cada vez mais com mais frequência.

Aprendi que “cada vez que ele pede desculpas você o ama um pouco menos e ele te ama um pouco mais. Então, no dia em que ele mais te amar, ele não significará nada para você”. E quando há o basta, quando a mulher cansa e vai embora, levando consigo o peso de uma relação fracassada, os filhos e a esperança de recomeçar, tudo isso também lhe é arrancado.

Uma criança de cinco anos jogada de uma ponte foi a forma que um homem encontrou de machucar a ex-companheira por ousar ser feliz longe dele. Ele arrancou o coração dessa mãe e vai forçá-la a enterrá-lo e ali, dessa forma, ela morre também, perdendo seu brilho, sua alegria, sua vida.

No próximo ano, a Lei Maria da Penha completará 20 anos e ainda há questionamentos sobre sua eficácia na proteção de mulheres, mas já há um avanço. Agora se estuda a possibilidade de afastar os pais do convívio com os filhos após o divórcio para que cenas como as de São Gabriel não se repitam.

Até onde vai a obsessão? Quando alguns homens irão entender que a mulher não lhe pertence? É um longo caminho a ser percorrido, enquanto isso, seguimos chorando e rezando pelas mulheres e pelas crianças vítimas dessa loucura.

 

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