Destruída na enchente registrada em setembro, a ponte servia como acesso para dezenas de pessoas diariamente
Por Cibel de Oliveira
Um mês e meio após a enchente que atingiu a região, causando grande destruição, empresários e populares ainda lamentam a perda da ponte que liga os municípios de Anta Gorda e Guaporé, tendo em vista que esta, servia como facilitadora para escoamento da produção, para o acesso de turistas à região, entre outros.
Os empresários Elizandro e Irineia Bona, proprietários do Café Avenida, em Anta Gorda, ressaltam que o movimento da empresa diminuiu bastante após a queda da ponte. “O pessoal que vinha para passear, para conhecer a região, para visitar seus familiares não se vê mais. Nem mesmo os motoristas de caminhão que paravam aqui fazer lanches rápidos para depois seguir o trabalho não vêm mais. Diminuiu bastante o movimento”, disse ela.
Já Elizandro destaca que toda a região está perdendo com isso. “Anta Gorda, Ilópolis, Arvorezinha, Putinga e Doutor Ricardo estão perdendo principalmente em relação ao turismo. O turista que viria da Serra, que é o turista que gasta na região, não está mais vindo. Essas pessoas vão ir direto para Encantado, vão visitar o Cristo Protetor, vão almoçar em Encantado e vão ir embora. Não passam mais por aqui”, lamentou ao frisar que o faturamento de sua empresa é de R$ 500 diários a menos após a queda da ponte. “Tivemos um impacto muito grande, pois toda pessoa que vinha de fora, seja ciclista, seja motoqueiro, seja caminhoneiro ou turista, sempre parava aqui. Nos sábados de manhã, por exemplo, era o dia que paravam cerca de dez ciclistas aqui para lanchar”, acrescentou.
Sobre a expectativa para a reconstrução da ponte ele salienta: “Se continuar o tempo do jeito que está, podemos esquecer a reconstrução, pois é preciso segurança para trabalhar na água e o rio está com correnteza. Desta forma ninguém consegue ir lá analisar a estrutura para tentar pelo menos consertar a ponte velha. Para uma ponte nova não adianta querermos ter pressa, pois sabemos que agora o foco do governo será a ponte que liga Nova Roma do Sul a Farroupilha e a ponte de Muçum”, pontuou.
Ele segue reforçando: “Todos os municípios perdem muito. A Região Alta perde muito. Em Santa Barbará, por exemplo, tem o proprietário de um posto que está para fechá-lo. Em São Valentin tem o proprietário de restaurante que está fechando. Tem um empresário de Dois Lajeados na mesma situação. Não precisamos só desse acesso entre Anta Gorda e Guaporé, precisamos do acesso de Santa Bárbara também que aí o pessoal vem para a nossa região. Em algum lugar os turistas vão ter que parar para almoçar, tomar um café e depois vão conhecer o Cristo Protetor”, finalizou.
Já o proprietário da empresa de recolhimento de resíduos Canaã, Alex Arossi, enfatiza que a queda da ponte afetou toda a questão de logística do seu empreendimento. “Temos contratos com Guaporé, Serafina Correa e São Valentim do Sul, os quais temos que cumprir. A única forma de acesso agora é por Encantado. Continuamos indo para esses municípios, mas nós, enquanto empresa, estamos tendo um custo adicional de 1 mil quilômetros por semana, o que no final do mês dá uma quantia razoável”, disse.
Sobre a reconstrução de ponte, ele opina: “Toda obra requer tempo e por ser uma obra de grande porte acredito que vai demorar. Estamos esperançosos que a ponte seja reconstruída, e se for, não será de hoje para amanhã. Várias empresas que faziam uso dessa ponte estão lamentando o ocorrido. Por essa via eram transportadas culturas como leite, laranja, nozes e muitas outras. Era uma estrada movimentada que está fazendo falta”, encerrou.
