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Falta de chuva afeta agricultores na Linha Doze

Por Oneide Marcos

 

O casal Dorvalino Foletto Andreoli, 76 anos, e Maria de Fátima Andreoli, 69 anos, vive há cerca de 50 anos na Linha Doze, interior do município. Eles construíram sua vida no campo, criando cinco filhos e enfrentando os desafios da agricultura. Atualmente, a estiagem tem sido o maior obstáculo, com impactos severos nas plantações e no dia a dia dos moradores.

Embora tenha chovido recentemente em municípios vizinhos como Arvorezinha e Camargo, na Linha Doze a água para a agricultura segue escassa. Segundo o agricultor, que cultiva 17 hectares de soja, a falta de chuva compromete gravemente a lavoura: “não é fácil; quando falta água, as plantas morrem. Eu plantei meus hectares de soja em duas etapas, uma mais cedo e outra mais tarde, e ambas sentem a falta de chuva. A expectativa de colheita é mínima, quase perda total. Tem águas para os animais e para nós.  Porém, devido ao sol, o milho também está bastante seco, estou cortando algumas partes para as vacas”, relatou.

Maria de Fátima compartilha da preocupação do marido e ressalta a impotência diante da situação. “É difícil, porque devido à falta de água, vemos as plantas morrerem, e não podemos fazer nada, só esperar. Não temos rio nas proximidades, havia uma sanga, mas secou. Hoje, com nossa idade avançada, nós plantamos menos e temos que ter paciência”, explicou.

A estiagem não afeta apenas a produção agrícola, mas também a qualidade de vida dos agricultores, que dependem do cultivo para sustento e renda. Questionados se, ao recomeçar a vida, escolheriam morar no campo, o casal responde negativamente, destacando a baixa valorização da soja e os desafios constantes. “A soja não vale muito, e hoje seria muito mais difícil para nós comprarmos tudo isso e recomeçar”, afirmaram, demonstrando tristeza e incertezas quanto ao clima e às oscilações financeiras.

A situação na Linha Doze reflete o impacto da estiagem em diversas regiões rurais do estado, onde a falta de infraestrutura hídrica agrava os prejuízos. Para o casal Andreoli, resta a esperança de dias melhores e de que a chuva traga alívio para o solo seco e para as suas preocupações.

Agricultor mostra com tristeza situação dos pés de soja sem grãos

 

 

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