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Família enfrenta o recomeço após deslizamentos e chuvas fortes de 2024

 

Rosani Silva relembra os momentos de tensão e gratidão após abandonar sua casa com os pais idosos diante do risco de desmoronamento

 

Por Oneide Marcos

A madrugada do dia 1º de maio de 2024 será lembrada para sempre pelos moradores de Linha Calha, interior do município, próximo à divisa com Putinga. As fortes chuvas durante a noite causaram deslizamentos de terra, alagamentos e a destruição de moradias.

Uma das famílias afetadas foi a de Rosani Silva Panis, que vivia com seus pais, Reinaldino Silveira Silva, de 88 anos, e Belvina Farias Silva, de 84 anos, na localidade. Diante do risco iminente de desmoronamento, Rosani conta que precisou tomar uma decisão difícil e urgente: abandonar a casa onde moravam. “Minha irmã e a família, assim como meu primo, também tiveram que abandonar tudo”, relata a agricultora. Naquela noite, o medo era o único companheiro. “Ficamos em casa rezando e pedindo proteção a Deus, para mim, meus pais e para minha irmã”, lembra Rosani.

Ela afirma que a fé foi o que manteve todos firmes diante da incerteza e do perigo. Ela acredita que o desastre poderia ter sido ainda mais trágico. “Se fosse de dia, acho que muita gente teria morrido, pois tentariam fugir, e aí poderiam ser soterrados pelos desmoronamentos das estradas”, diz.

Após o episódio, a família encontrou abrigo na casa de Loacir Farias Silva, de 62 anos, irmão de Rosani. Com sua esposa, Loacir acolheu mais de 20 pessoas durante os dias seguintes à tragédia. “Ajudamos como pudemos”, afirma com humildade. Aos poucos, a vida tenta voltar ao seu curso. Rosani, que antes vendia leite, hoje trabalha com a cunhada na produção de queijos, além de continuar a vida na roça. “É difícil recomeçar, mas não podemos perder a esperança”, afirma, determinada.

Apesar da força para seguir adiante, há perdas que não podem ser reparadas. O pai de Rosani gostaria de voltar para casa, mas a estrutura do local não permite mais. “A luz foi religada na rede, mas onde havia a fonte de água, hoje não existe mais”, lamenta, explicando que as rachaduras no terreno ainda são visíveis e assustadoras, o que torna o local, hoje abandonado, um risco constante de novos desmoronamentos.

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