Na última sessão do Legislativo, quatro vereadores se opuseram a renovação de contrato do Município com a empresa
Esteve em votação na última sessão do Legislativo de Nova Alvorada, o Projeto de Lei n° 044/2021, buscando a renovação da cedência de um pavilhão para a empresa Basso Pancotte, pelo prazo de dez anos. O projeto foi reprovado pela bancada de oposição, pois de acordo com o artigo 16 da Lei Orgânica, incentivos empresariais só podem ser concedidos se houver a aprovação de dois terços do Legislativo.
De acordo com a presidente do Legislativo, Cidiane Spada Zabott, a reprovação de seus colegas de bancada lhe pegou de surpresa. “Eu como presidente e como munícipe fiquei surpresa com a negativa de meus colegas, pois além do retorno gerado ao município, a empresa representa alimento na mesa de muitas famílias que trabalham lá, é onde muitas pessoas buscam seu sustento e dignidade”, explana a vereadora.
Cidi cita que em um momento em que o desemprego bate recordes no país, Nova Alvorada conta com a presença de diversas empresas. “Nós possuímos muitas empresas de grande porte, a maior delas é a Basso Pancotte e todos nós temos algum familiar ou amigo que trabalha nesta empresa. Negar incentivo, neste momento, que há tantos anos eles fazem uso deste pavilhão, é negar ajuda aos funcionários e colaboradores”, ressalta.
“A coligação do Progressistas e MDB comove-se com essa situação e esclarece que eram necessários dois terços de votos favoráveis para aprovação, sendo que a bancada do PTB votou de forma contrária à renovação do contrato. A coligação PP e MDB quer deixar claro que nunca na nossa Administração, atual ou em anos anteriores, empresas tiveram que fechar as portas por falta de incentivo”, finaliza a presidente.
Foram apresentados todos os documentos exigidos pela Lei Municipal nº 1270/2011, tendo sido aprovado também o pedido junto ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Comercial e Industrial.
Secretário de Administração fala da necessidade do Poder Público incentivar as empresas
A empresa Basso Pancotte, sediada no município de Nova Alvorada, obteve um valor adicionado de R$ 122.195.585,48 no ano de 2020, enquanto a empresa Intersul Distribuidora de Produtos Veterinários, dos mesmos proprietários, obteve um rendimento de R$ 42.289.448,03. Essas empresas geram aproximadamente 600 empregos diretos e indiretos, sendo responsáveis por grande parte da arrecadação de ICMS do município, além da previsão de crescimento em 6% para 2022.
De acordo com o secretário de Administração Odolir Soranzo, a recusa da cedência do pavilhão foi uma surpresa. “Nunca esperamos ver isso em Nova Alvorada, um município que preza pelo bom relacionamento com seus empreendedores, que busca incentivar investimentos”, opina.
“Em 2018 foi concedida a renovação da cedência do pavilhão para a empresa por três anos, e, na época todos os vereadores foram favoráveis. Como isso foi acontecer neste momento, com uma das maiores empresas que temos? Em um momento em que é preciso incentivar o empreendedorismo. Isso pode desmotivar outros empresários. E se outras cedências forem negadas pelo Legislativo, sem motivo justificável? Isso não é trabalhar em favor do município. A dúvida que ficou para muitos é de que forma os vereadores pretendem auxiliar no desenvolvimento e crescimento de Nova Alvorada se começarem a negar incentivos para os empreendedores”, continua o secretário.
De acordo com Soranzo, a empresa sempre motivou seus funcionários e colaboradores, desde a contratação de menores aprendizes, que hoje fazem parte da corporação efetiva da empresa, como financiando graduação para quem tem interesse em manter os estudos. “Não é por causa deste fato isolado que perderemos a Basso Pancotte, claro, mas isso desmotiva em alguns momentos. E deixo a pergunta, quem está realmente preocupado e trabalhando por Nova Alvorada? O que os vereadores que votaram contra este projeto querem ganhar com isso? A quem eles irão beneficiar com essas atitudes? Com certeza não o município que os elegeu”, finaliza Soranzo.