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João e sua relação com a tecnologia: uma questão de saúde mental

Dependência das telas, um transtorno que está vitimando cada vez mais crianças, jovens e adultos

Por Oneide M. Duarte

 

O uso excessivo da tela de celulares, tablets e computadores tem se tornado cada vez mais comum na sociedade atual. Embora a tecnologia possa trazer inúmeras vantagens e benefícios, é importante lembrar que o contato excessivo com as telas pode ter consequências graves para a saúde mental e social das pessoas, como ansiedade, depressão e até mesmo dependência.

Este é o caso de João (nome fictício), um jovem de 18 anos que tem lutado para manter um equilíbrio saudável entre o uso da tecnologia e sua vida pessoal. Através de uma ajuda profissional, sua família está buscando orientação para ajudá-lo a ter uma relação mais saudável com a tecnologia.

João ganhou seu primeiro celular aos 10 anos de idade e, desde então, sua relação com a tecnologia tem sido intensa. Com o passar dos anos vieram o tablet e o computador, e o contato com a tela eletrônica se tornou ainda mais presente em sua vida. E seus pais começaram a se preocupar quando perceberam que João passava a maior parte do tempo jogando jogos online, conversando com amigos virtuais e realizando tarefas diante do computador.

A preocupação se agravou quando João começou a se recusar a sair do quarto, inclusive para almoçar em família ou passear. “Ele perdeu peso e no ano passado suas notas na escola começaram a cair, e isso nos preocupou muito em casa”, diz o pai. Seu irmão mais velho também passava por situações semelhantes, mas João era ainda mais fechado, recusando-se a sair do quarto mesmo para atividades simples do dia a dia.

Então, a família decidiu procurar ajuda profissional para lidar com a situação, e foi ao consultório de uma psicóloga para trocar ideias e desabafar sobre o assunto. O pai de João reconhece que o filho é dedicado e empenhado nos estudos, haja vista estar cursando faculdade de engenharia de software, mas também se preocupa com o fato de ele estar refém das telas, o que tem consumido muito da vida social dele. “Tudo é para o bem do meu filho, pois confio nele, mas quero poder ajudar ele a viver mais em família, deixando um pouco de lado as telas”, diz o pai.

A psicologia pode ajudar João e sua família a traçar um futuro mais saudável e equilibrado em relação ao uso da tecnologia. É importante lembrar que o uso excessivo das telas pode ter consequências graves para a saúde mental, como depressão, ansiedade e até mesmo dependência.

No caso de João, a família precisa estar atenta aos sinais de que o uso excessivo das telas está prejudicando sua saúde e buscar formas de ajudá-lo a ter uma relação mais equilibrada com a tecnologia. A psicologia pode orientar a família sobre como estabelecer limites e hábitos mais saudáveis em relação ao uso das telas, além de oferecer suporte emocional ao jovem.

É importante lembrar que, apesar de João afirmar que não é viciado em tela e que sua preferência pelo isolamento se deve a sua personalidade, é preciso considerar os sinais de que o uso excessivo das telas está prejudicando sua saúde mental e sua vida social. A psicologia pode ajudar a família a encontrar formas de ajudar João a ter uma vida mais saudável e equilibrada, garantindo que ele possa aproveitar o melhor da tecnologia sem prejudicar sua saúde.

 

O olhar da psicologia sobre o assunto

 

A psicóloga Naya Susan Becker de Soledade, que atende muito casos e tem especialização na área das dependências e também em comportamento de crianças, adolescentes e jovens fala sobre a situação que está preocupando muitas famílias e causando muitos problemas aos dependentes das telas.

No entendimento de Naya, existe principalmente um déficit de comunicação entre pais e filhos, onde geralmente os filhos adolescentes preferem manter um distanciamento dos pais, muitos por acharem que os assuntos dos pais não são interessantes para si. Outros por um sistema emocional confuso, o que em muitos casos, pode ser sintomas depressivos na adolescência, ansiedade, percepção de achar que estão  sempre certos e o mundo está errado ( o que é muito comum na adolescência) ou até mesmo transtornos de personalidade (o que requer um diagnóstico clínico especializado) propriamente dito.

Como consequência, o impacto desses sintomas na vida do adolescente, pode ser de insegurança,  baixa autoestima, dificuldades de relacionamentos interpessoais, falta de atitude para alcançar objetivos, sentimentos de deslocamento, de não pertencer aquele meio, isolamento, irritabilidade, impaciência, impulsividade, pensamentos negativos, muitas vezes até suicida,  condutas ou pensamentos e ou comportamentos agressivos ou autodestrutivos.

Os pais, por muitas vezes acham que “pode ser só uma fase”, que logo vai passar.

Mas nem sempre isso acontece. Em muitos casos, os pais acabam por preferirem deixar o filho em seu refúgio, pois sofrem com os nãos e frieza vinda pelas atitudes e ou palavras amargas vindas dos filhos, como: Me deixa, eu já disse que não quero, eu não gosto de vocês, etc..

Com a tecnologia, com o mundo dentro do seu quarto, os filhos acabam por preferirem criar vínculos de maneira online, onde só é demonstrado o que se quer demonstrar, um mundo onde não precisa-se socializar, não precisa ter paciência, pois se o amigo virtual não o agradar mais, é só parar de manter o contato, muito diferente da vida real.

E é aí que mora o perigo, mundo virtual! Os pais quase nunca têm acesso sobre o que os filhos estão vendo ou fazendo na Internet, principalmente na fase da adolescência. E esse mundo assim como tem muitas coisas boas, uma infinita gama de alternativas, também existem muitas coisas negativas, pesadas, inadequadas, o que em uma mentalidade imatura pode causar danos irreversíveis.

Infelizmente, sabemos que as crueldades que aconteceram nas escolas do País e do mundo recentemente, foram originadas de grupos formados na Internet.

Grupos formados por pessoas com algum tipo de transtorno mental, o que explicaria tamanha crueldade.

Por isso, os pais devem manter-se atentos com os comportamentos dos filhos, do isolamento deles, da inflexibilidade nos termos emocionais e sociais, do bullying sofrido na escola, pois vale salientar, nem sempre é saudável alguns comportamentos descritos como “fases da adolescência” e todos serão traduzidos posteriormente de alguma forma, podendo ser positivo ou negativo.

Psicóloga Naya Susan Becker –  CRP 07/23405

 

Psicóloga destaca a importância de investigar a situação de cada adolescente

 

Acompanhe a série de matérias sobre o assunto, veja quais estão sendo as orientações da psicóloga para João e sua família e veja o que o pai e o filho pensam e vivenciam sobre com relação à situação.

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