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“Nunca desistam do dom de ser mãe”, diz Inês Vicenzi Longo

 

Por Oneide Marcos

Por trás de um rosto sereno e olhos que guardam histórias de décadas, Inês Vicenzi Longo, 76 anos, fala com emoção sobre sua trajetória como mãe, agricultora e mulher de fibra. Natural do interior, Inês é mãe de três filhos — duas mulheres e um homem — e avó orgulhosa de cinco netos.

Viúva há seis anos de Orides Longo, companheiro de tantas batalhas, ela relembra com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto: “a saudade dele nunca vai embora. Mas Deus me deu força e me deu meus filhos, e isso é o maior consolo que eu podia ter”, diz a agricultura, hoje aposentada.

A vida nunca foi fácil para Inês. A terra montanhosa onde morava exigia força nos braços e coragem no peito. “A gente era pobre. Eu trabalhava muito na roça. No começo, era muito difícil. Não tinha tempo ruim. E ainda cuidava dos filhos, ou melhor, corria atrás deles!”, conta, com sorriso, ao lembrar de quando era jovem e tinha criança pequena.

Ela teve cinco gestações, mas duas acabaram em abortos espontâneos. “A dor de perder um filho, mesmo sem o ter nos braços, é imensa. Mas eu seguia, por mim e pelos que me apoiavam.”

Com orgulho, conta que durante a gravidez da filha mais velha — hoje com 48 anos — pôde se resguardar mais. “Naquela vez, fiz tratamento, fiquei mais em casa. Mas depois, com os outros, era na base do revezamento. Trabalhava na lavoura com criança pequena. Levava-os eles comigo, amarrava um paninho na cabeça deles para proteger do sol, mas o que eu mais fazia era correr atrás!”, relembra rindo.

Hoje, seus filhos estão todos criados. A filha mais velha mora em Marau, a outra em Nova Alvorada, e o filho vive no mesmo terreno da mãe. “Ele herdou a lida da roça, mas agora cria frango. Ficou com o dom do pai.”

E se enche de orgulho ao falar das filhas: “começaram como babás. Uma vida dura no começo, mas hoje estão encaminhadas. Trabalhadoras como a mãe.”

Ao falar da maternidade, Inês se emociona: “ser mãe é o maior presente que tive. É um dom. Tem dor, tem sacrifício, mas tem amor. E isso ninguém tira da gente”, afirma, a mulher que também tem muita fé. “Rezo muito e gosto muito de olhar missas na tv”, diz.

Para o Dia das Mães, ela deixa uma mensagem cheia de esperança:

“Para todas as mães, eu digo: nunca desistam. Mesmo quando tudo parece difícil, quando o chão falta, nunca desistam do dom de ser mãe. Vale a pena”, finaliza.

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