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Prefeito afirma que projeto da IG da Erva-Mate será impulsionado

Com o retorno do secretário de Agricultura, Jurandir Marques, a partir da segunda quinzena de junho, os trabalhos da IG serão retomados

Por Fabiana Borelli

A região Alta do Vale do Taquari, em especial Ilópolis e Arvorezinha, tem como carro chefe da economia a produção de erva-mate, sendo o maior polo ervateiro do Estado do Rio Grande do Sul.

A cadeia produtiva da região entrega aos consumidores produtos de qualidade, mas para que se possa provar essa qualidade é necessário documentar, e para isso é fundamental o registro de Indicação Geográfica (IG) da Erva-Mate.

A IG é conferida a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer. No caso da erva-mate, a IG é uma Indicação de Procedência, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) é a instituição que concede o registro legal de IG no Brasil.

Com a IG também é possível a criação de novos produtos com selo distintivo, contendo logomarca e QR Code, que permite a rastreabilidade e também proporciona a profissionalização do setor, com o curso de Boas Práticas Agrícolas, e com a adoção de tecnologias, por parte dos produtores e indústrias.

Por que ainda não temos a IG?

Mesmo sendo o maior polo ervateiro do estado, o Vale do Taquari ainda não possui a IG da Erva-Mate, ao contrário de São Mateus, no Paraná, primeira região a conquistar a IG, e do Planalto Norte Catarinense, que na terça-feira, 24 de maio, recebeu o seu registro.

O processo para o registro da IG é demorado e demanda recursos. O prefeito de Ilópolis Edmar Pedro Rovadoschi, que está engajado em conseguir o registro para a região, fala das dificuldades enfrentadas. “Nós precisamos da IG para melhorar a qualidade da erva-mate em relação ao produtor, os ervateiros e os consumidores, sabemos que não é um trabalho fácil, dependemos da parceria dos outros municípios da região e da AA Erva-Mate. Estamos trabalhando arduamente para viabilizar esse projeto, mas para os próximos passos vamos precisar de recursos, que não são poucos. Mas felizmente temos uma sinalização em Brasília de que vamos conseguir recursos, provavelmente em outubro.

O prefeito continua: “Esses recursos destinados a IG viriam para o Município e nós repassamos para a AA Erva-Mate para que eles contratem os pesquisadores, pois são necessárias muitas pesquisas”.

Rovadoschi se mostra otimista quanto ao projeto. “O trabalho está bem adiantado, deu uma desacelerada nesse início de ano, mas vai sair, porém para isso precisamos do engajamento de todos, prefeitos, secretários de agricultura da região, associações, sindicatos, produtores, e é fundamental a participação dos ervateiros. A IG não é minha, não é de Ilópolis, mas sim de toda a região, todos vamos ganhar com o reconhecimento do nosso principal produto”.

 Diferencial

O prefeito esclarece que para ter o selo da IG tem que participar de todo o processo. “Se todos entenderem que é importante a conquista do IG, tudo vai dar certo. Para ter o selo da IG o produtor e a ervateira têm que ser participantes do projeto, com o curso de boas práticas, a rastreabilidade e todas as ações necessárias. As ervateiras deverão comprar a matéria-prima também de produtores que participam. Teremos um produto diferenciado, com valor agregado, mas somente para quem estiver conosco no projeto”.

Ele acrescenta: “Penso que com o andamento do projeto todos entenderão que será benéfico para toda a cadeia produtiva, poderemos provar que temos um bom produto, um produto diferenciado e de qualidade e virão fazer parte do grupo”.

 Próximos passos

Nos últimos meses o projeto da IG esteve em ritmo mais lento, mas com o retorno do secretário de Agricultura Jurandir José Marques à Ilópolis, ele será retomando com força. “Com relação à IG essa é uma questão que já estivemos conversando com o prefeito, com a Emater e com o Sebrae. A nossa proposta é após o dia 15 de junho retomarmos os trabalhos. E existe uma proposição de fazermos uma reunião com os representantes dos municípios interessados, que são eles: Ilópolis, Arvorezinha, Itapuca, Anta Gorda, Doutor Ricardo e Putinga. Assim poderemos, através dessas lideranças, voltar a discutir a questão da IG e montar com urgência estratégias para que possamos efetivamente colocar no papel aquilo que precisa ser colocado”.

Secretário de Agricultura está empenhado em concluir projeto da IG da Erva-Mate

Porém, o secretário afirma ser necessário o engajamento de todos. “Mas o que nós precisamos é que todos os atores da cadeia produtiva da erva-mate, que efetivamente estão interessados em serem inclusos na IG demonstrem interesse, contribuam e participem para que nós possamos fazer acontecer”.

Marques fala também que é necessário traçar metas para o projeto. “Para a IG precisamos de uma associação e nós temos a AA Erva-Mate, penso que precisamos urgentemente uma reunião com esses associados, com a Emater e o Sebrae, para que nós possamos também traçar metas e firmar o compromisso de cada um do que vamos fazer para a construção desta IG”.

O secretário esclarece que são muitas as ações que são necessárias para a conquista do registro da IG, e salienta que para acontecer é necessário o comprometimento de todos. “Em primeiro lugar vem o comprometimento de todos os atores, desde o viverista, do produtor, do colhedor, do transportador, das ervateiras, da pesquisa e do próprio consumidor. Para que nós possamos ter todos os atores pensando na mesma linha de raciocínio, e ao mesmo tempo na mesma defesa. Porque potencial nós temos, a região já demonstrou isso, o que nós precisamos é provar, através das universidades, através dos órgãos de pesquisa, é que o nosso produto é diferenciado e por isso merecemos ter a IG”.

Valor agregado

Com a IG, além de ter um diferencial, o produto final tem um valor agregado e o produtor que participar do projeto também pode ganhar mais com o seu produto.

Se comparar os valores praticados no Rio Grande do Sul com a região de São Mateus, onde a IG já é realidade, percebe-se uma diferença considerável em arroba.

Enquanto na região do Vale do Taquari o valor médio é de R$ 21, no Paraná esse valor é de R$ 25. Além disso, com a IG a importação também é impulsionada, e com isso falta matéria-prima no mercado interno, elevando ainda mais o valor pago ao produtor.

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