As rodovias estaduais ERS-332, ERS-435, ERS-132 e ERS-432 enfrentam uma crise de infraestrutura que tem gerado indignação e apreensão entre motoristas e moradores das regiões que dependem dessas vias. A falta de sinalização, buracos e condições precárias de trafegabilidade transformam essas estradas em um desafio constante, agravado durante a noite e em dias de chuva ou neblina, quando a visibilidade já é reduzida.
Riscos diários para motoristas
Motoristas que utilizam essas rodovias convivem com situações de risco iminente. Os buracos, que se multiplicam ao longo das vias, obrigam a manobras perigosas para evitar danos aos veículos ou acidentes. “Já perdi a conta de quantos veículos vi quebrados ou com pneus furados devido às péssimas condições”, relata um motorista frequente da ERS-332, principal rota de ligação entre a região alta e a região baixa do Vale do Taquari, que entre os anos de 2020 e 2021 passou por uma recapagem geral.
À noite, a falta de sinalização torna o trajeto ainda mais perigoso, dificultando a identificação de curvas, entradas e buracos. Em períodos de chuva ou neblina, o cenário fica ainda mais crítico, aumentando o número de incidentes.
Impactos na economia local
Além dos riscos à segurança, o estado das rodovias afeta diretamente a economia regional. Caminhões de carga enfrentam dificuldades para escoar produtos, resultando em atrasos e aumento nos custos de transporte. Empresários também relatam prejuízos significativos.
Fábio Dorigon, empresário de Ilópolis e ex-presidente da ACI.I, destacou os impactos sobre sua empresa, a Dorigon Produtos de Limpeza:
“Nos últimos seis meses, tivemos um aumento de 30% nos custos com manutenção de veículos. Além disso, perdemos vendas porque clientes de outras cidades evitam vir até nossa loja devido às más condições das estradas”.
Ele também relatou situações perigosas enfrentadas diariamente:
“Já vi motoristas na contramão desviando de buracos. Isso não é só prejuízo financeiro, é uma questão de segurança. Precisamos de ações concretas do governo para garantir o direito de transitar com segurança”.
Limitações e reivindicações locais
Dorigon elogiou os esforços dos prefeitos, que demonstram boa vontade para ações paliativas, como limpeza das laterais das rodovias para melhorar o escoamento da água. No entanto, ele ressaltou que os gestores municipais enfrentam restrições legais e estruturais para intervir diretamente nas rodovias estaduais.
“Os prefeitos até querem ajudar, mas não têm autorização. Se algo der errado, eles são responsabilizados. Precisamos que as autoridades estaduais assumam suas responsabilidades e garantam condições dignas para as rodovias”, enfatizou.
Clamor por soluções imediatas
A população cobra investimentos urgentes na recuperação do pavimento, instalação de sinalização eficiente e manutenção periódica das vias. Esses esforços são cruciais não apenas para a segurança dos motoristas, mas também para o desenvolvimento das comunidades que dependem dessas rodovias para mobilidade e escoamento de produção.
Enquanto isso, a realidade para quem precisa transitar pelas ERS-332, 435, 132 e 432 continua sendo de cautela e apreensão. A recuperação dessas estradas deixou de ser uma questão de infraestrutura e passou a representar uma luta por respeito e segurança para os moradores da região. A esperança é que as promessas de melhorias saiam do papel e se transformem em ações concretas, trazendo dignidade às vias e à população que diariamente arrisca suas vidas nelas.