Por Fabiana Borelli
Nas últimas semanas muito tem sido questionado quanto à segurança nas escolas; em alguns locais seguranças estão atuando no portão e a Brigada Militar tem feito rondas mais frequentes próximas às escolas, entre outras providências.
Em Ilópolis chegou a ser sugerido a contratação de seguranças, porém, de acordo com o prefeito Edmar Pedro Rovadoschi, em conversa com o Ministério Público essa providência foi desaconselhada. “Estivemos reunidos com o Ministério Público e com a Brigada Militar e eles nos desaconselharam a utilizar seguranças, em especial seguranças armados. Eles comentaram que nos Estados Unidos são utilizados seguranças armados e já está provado que não diminuiu os ataques e a violência. Então vamos continuar com os portões fechados, e a Brigada se comprometeu em intensificar as rondas”.
Rovadoschi ressalta que a decisão de fechar os portões foi tomada no início do ano, antes do ataque a escola de Blumenau. “Tomamos a decisão de fechar os portões para que os alunos ficassem mais seguros ainda no início do ano; fomos muito criticados por isso, mas agora toda essa situação mostrou que estávamos corretos”.
Inversão de valores
Os gestores municipais e das escolas são cobrados para proporcionar a segurança para os alunos e professores, mas o prefeito questiona essa responsabilização, e diz que ela deve ser dividida. “Claro que nós fazemos a nossa parte, mas precisamos ter um trabalho conjunto entre Município, Estado, escola e os pais, que devem estar atentos ao que os seus filhos estão fazendo, prestar atenção nas atitudes e identificar se estão com problemas que podem gerar violência no futuro”.
Ele continua: “mas o mais importante para mudar essa situação é mudar a lei, pessoas que cometem esses atos devem ser punidas de verdade, tem que ficar presas por mais tempo, até para servir como exemplo. Sabemos que a lei é branda, mas temos que pressionar os deputados para que essa lei seja mudada, pois hoje o cidadão de bem é quem fica preso pela insegurança e quem comete um crime está solto”.
O prefeito diz também que hoje os valores estão invertidos. “A sociedade nos cobra a tomar uma providência, mas penso que a pressão deveria ser para que essas pessoas ficassem presas. Até porque não é justo com as nossas crianças ficarem presos nas escolas, com medo, enquanto quem comete esses crimes em pouco tempo está nas ruas novamente”.