Ano de 2018 foi de queda na produção
Com a colheita da noz-pecã, que dura em torno de 60 dias, encerrada é hora de avaliar os resultados. Conforme o produtor Lênio Pitol, de Anta Gorda, a safra foi boa, mas houve uma redução de cerca de 10% em comparação a 2017. “Ano passado foi muito bom. Esse ano teve redução em consequência do pouco frio que fez no inverno passado. Já esse ano se espera uma recuperação já que está fazendo muito frio neste inverno”, cita.
A nozes dependem de um tempo determinado de frio no inverno, pois precisam em média 200 a 600 horas de temperatura baixa segundo o produtor. “Se o inverno for de pouco frio há variedades de nozes que são mais exigentes e não produzem tanto. Se tiver horas de frio na média de 300 horas ou mais frio, é melhor”, afirma Lênio que acrescenta que a produção de nozes se baseia em vários fatores, como adubação, manejo e as horas de frio. O inverno designa a produção para o ano seguinte.
Quanto ao preço ao produtor afirma ele manteve-se. “Na realidade o preço se mantém estável há uns cinco anos. O preço é bom hoje. Para quem faz o manejo nos pomares, você precisa cuidar”, cita.
Falta nozes no mercado
Para empresa Pitol, de Anta Gorda, o mercado de nozes em 2018 foi bom, se comparada com a média dos últimos dez anos. Segundo o administrador da empresa Leandro Pitol não se pode comparar com a produção de 2017. “Ano passado uma variedade de nozes teve uma super safra que a anos não tinha. Esse ano ela diminuiu automaticamente 50%, o que é normal, então houve uma diferença no mercado”, afirma.
Conforme Leandro vai faltar nozes no mercado. “A tendência é que falte noz-pecã no mercado. Aqui na empresa temos a expectativa talvez de algum negócio que está em andamento, mas será algo contínuo nos próximos anos de falta do produto”, afirma.
A empresa de Anta Gorda atualmente vende as nozes inteiras, moída, quebrada, salgada, doce além do óleo de nozes que foi lançado na Festleite, que está com procura excelente, mas não estão conseguindo fazer o suficiente por causa da falta de produto.
“Estamos nos adequando aos pouquinhos. Não adianta dar um salto, querer subir lá em cima e com a falta de produtos ganhar um monte de clientes se não tem produto. Importante é manter os clientes e ir passo a passo. Vai ter falta de produtos até a próxima safra”, declara Pitol.
As expectativas para 2019 para a empresa, assim como para o produtor, são satisfatórias. Espera-se uma boa safra “Depende-se muito do clima. É um dos produtos que mais depende disso. Principalmente na época da polinização, a nozes precisam ter uns dias bonitos para ela polinizar direito”, cita.
Na questão de preço, conforme Leandro, para a empresa já teve anos melhores, porque o Brasil estava em uma situação melhor. “A crise afetou. Por que noz ainda não é algo que todos compram. O ano de 2018 não é um ano ruim, pois com a falta do produto a empresa consegue ganhar um pouquinho”, afirma Pitol, que acrescenta que apesar da crise e da falta de produto a empresa pretende investir e expandir em outros negócios, como a fábrica de sabonetes e óleos que não engrenaram esse ano devido à falta de matéria-prima.
Empresa oferece serviço de assessoria
A viveiros Pitol irá lançar no dia 01 de setembro, às 9h30min, no Memorial da Noz-Pecã, o serviço de assessoria particular para pomares em formação e pomares em produção. A ideia é prestar assistência a produtores desde a cova até a produção de nozes.
Conforme a engenheira agrônoma Danielle Galvan, uma das técnicas que irá participar do serviço, a noz-pecã está expandindo muito e pouco se conhece sobre ela.
“Os produtores têm certa dificuldade em assessoria com profissionais que orientem eles no processo de conduzir um pomar. Essa assessoria irá oferecer a essas pessoas uma assistência a uma cultura milenar, que no Brasil pouco se tem conhecimento. Nós da Pitol, trabalhamos com a cultura, temos experiência em determinados pomares e pomar de produção”, cita.
Com mais de 60 anos de experiência produzindo e cuidando de pomares, a empresa Pitol já elaborou um caderno de campo para quem compra produtos, mudas, para acompanhar desde a implantação, cova, poda, segundo e terceiro ano.
Conforme Danielle antigamente a nogueira era uma frutífera de quintal de casa. Hoje ela está sendo encaminhada para o Ministério da Agricultura para ser reconhecida como uma cultura.
“Atualmente temos poucos
produtos registrados para a nogueira e não sabemos muito de suas ações no pomar. Então a assessoria vem para auxiliar o produtor da maneira mais adequada, desde o começo até que ele entre em produção, que a facilidade no manejo seja maior e que o resultado esperado seja favorável”, afirma.
“A assessoria auxilia no planejamento financeiro do pomar, quanto iremos gastar e quanto irá retornar, qual maquinário ele pode utilizar, se ele precisa comprar. Quando o pomar entrar em produção onde ele pode vender, então ele é livre para escolher o local, pode concordar com a proposta do Pitol ou não, a empresa sempre irá ter uma boa proposta”, afirma.
A assessoria irá atender em todos os estados do Sul e vai auxiliar a produção para corresponder a essa falta que tem no mercado. Atender e produzir com qualidade.