Em marcha reduzida, com escolta policial, tratores chegaram pelas BRs 116, 290 e 448. Veículos foram conduzidos pelas avenidas Mauá e Edvaldo Pereira Paiva até o entorno do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, onde estacionaram
Às 2h desta quinta-feira, 8, o cenário no autódromo Velopark, em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre, pouco indicava a dimensão do que efetivamente seria o “tratoraço” que chegou à Capital no início da manhã. Apenas nove tratores estavam estacionados na penumbra, sobre um gramado, e cinco homens reuniam-se em torno de uma churrasqueira. O pequeno grupo, no entanto, garantia que havia “muito mais”:
O movimento SOS Agro RS, planejado para esta quinta-feira, 8, visa à ocupação das ruas ao redor do Parque Harmonia, em Porto Alegre. A expectativa é que cerca de 300 tratores e cinco mil pessoas participem do ato, que visa pressionar o governo federal por medidas de socorro para os produtores rurais afetados pelas enchentes de maio. Este é o terceiro protesto promovido pelos agricultores, seguindo atos anteriores em Cachoeira do Sul e Rio Pardo.
O governo federal publicou recentemente uma medida provisória para renegociação das dívidas dos produtores, oferecendo descontos baseados no percentual de perdas. Contudo, a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) consideram que a medida não atende plenamente às demandas dos produtores e criticam a necessidade de um decreto adicional para definir mais detalhes.
O “tratoraço” começou às 9h com palestras, um painel sobre a medida provisória e a presença de representantes de entidades patronais e parlamentares. Milhares de pessoas estão reunidas no Parque Harmonia, em Porto Alegre. Às 15h, os participantes marcharão até a sede do Ministério da Agricultura para entregar suas reivindicações.
A manifestação conta também com mais de 300 tratores, que estão estacionados no acostamento em frente ao parque. Contudo, os organizadores dizem que não pretendem ir para as ruas. O coordenador do evento, Lucas Schafer, diz que a intenção é não prejudicar o trânsito.
Na pauta de manifestação estão quatro pedidos:
- Perdão de dívidas para produtores com perda total;
- Prorrogação de dívidas para produtores com danos parciais;
- Linhas de crédito para reconstrução das propriedades;
- Auxílio financeiro para as famílias atingidas.
O movimento vem se organizando desde as enchentes, apontada pelo grupo como um ponto crítico na crise vivida pelo setor desde as secas dos últimos dois anos.