Montante de recursos e taxa de juros ainda não foram divulgados pelo Ministério da Agricultura
O Plano Safra 2021/2022 deve ser lançado em cerimônia oficial no Palácio do Planalto na próxima semana, as datas mais prováveis para o lançamento são os dias 22 ou 23.
O Ministério da Agricultura não confirma a taxa de juros dos recursos que serão subsidiados pelo governo para os beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A taxa de juros mínima nessa modalidade, do atual Plano Safra, é de 2,75%, mas há uma expectativa de aumento.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, solicitou ao Tesouro Nacional R$ 15 bilhões para o Plano Safra 2021/2022, para equalização das taxas de juros. Mas, interlocutores afirmam que, nesta reta final de negociações, Tereza Cristina tenta um acordo com o chefe da Economia, o ministro Paulo Guedes, de destinação de R$ 16,4 bilhões.
Aumento da taxa de juros
De acordo com o gerente do Sicredi de Nova Alvorada, Luiz Locatelli, para esse ano deve haver um aumento nas taxas de juros. “Para esse ano se trabalha com uma expectativa de aumento da taxa de juros para a agricultura familiar, algo que ficará entre 3% e 6%. Mas o Ministério está tentando manter em 3%”.
Locatelli ressalta que ainda não se sabe o valor que será disponibilizado, mas a expectativa é que seja suficiente para cobrir os custos. “Esperamos um percentual de aumento nos recursos de 30%, até pelo aumento dos insumos. O produtor está bem ansioso, pois tem o aumento dos custos de produção, ele deve plantar bem, com as tecnologias adequadas”.
O gerente ressalta ainda que o Plano Safra abrange todos os setores da agricultura. “O produtor pode usar o recurso para adquirir maquinário, comprar insumos, custeio, não tem um setor específico que vai receber os recursos”.
Na agência de Nova Alvorada, de acordo com o gerente, já tem alguns projetos aguardando a liberação de recursos. “Nós atendemos muitos associados, e o BNDS parou com o recurso oficial desde outubro de 2020, e ainda não abriu novamente, isso só vai ocorrer com o Plano Safra, nunca houve essa deficiência por parte do BNDS. Para amenizarmos a situação, a Cooperativa utilizou recursos próprios da poupança para não deixar nossos associados sem os recursos”.
Quanto ao enquadramento no Pronaf, Locatelli afirma que deveria ser feita uma revisão nos valores. “Esperamos que o governo possa melhorar o enquadramento do associado no Pronaf, hoje quem tem uma renda bruta acima de R$ 415 mil se desenquadra do programa. Como o custo de produção aumentou, isso deveria ser levado em consideração pelo governo e esse valor de faturamento anual ser aumentado. Pois quem não se enquadra passa para o Pronamp, que a taxa de juros é maior”.