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Três gerações de trabalho no campo

Com 81 anos Armelindo Trentin passa o legado aos filhos e netos

Não há no município de Camargo quem não conheça seu Armelindo Trentin, o produtor, morador da comunidade do Arranca Toco, trabalhou toda a sua vida na agricultura e hoje, com 80 anos, tem orgulho de tudo que construiu, com o filho e os netos tocando as lavouras da propriedade.

“O meu pai veio da região de Caxias do Sul, ele veio para cá e trabalhava com as parreiras, hoje eu ainda tenho algumas, mas apenas para a produção dos meus vinhos artesanais e consumo da família”.

Ele ainda se lembra das primeiras sementes de soja que ganhou. “Foi um padre quem me deu umas 100 gramas e disse para plantar, eu coloquei no meio do milho, mas nem colhemos aquele ano. Depois minha irmã me enviou mais algumas e assim iniciou nossa plantação e não paramos mais”, conta.

Depois de passar por alguns problemas de saúde, Trentin hoje se dedica mais ao seu hobbie favorito, fazer vinhos artesanais. “Eu chego a fazer mil litros por ano, geralmente são dois dias de produção, que viram uma festa entre a família. Não se produz nada para vender, apenas para a família e para amigos quando nos visitam”, continua.

Casado com dona Gertrudes há 58 anos, a família é seu orgulho e seu maior legado. “Você não imagina a festa que fizemos quando completamos 50 anos de casados, reunimos toda família, filhos, netos, nora e genros. A nossa felicidade é poder ter todos reunidos a nossa volta”, conta o patriarca.

Diversidade na produção

A propriedade já trabalhou com diversas culturas e diferentes produções, mas com o passar dos anos, e a intensidade do trabalho, foi necessário se desfazer das criações de animais e focar apenas nos cuidados com lavouras. “Aqui era o confinamento e iniciamos a plantar no município de Soledade também, como estávamos no início, era inviável ter funcionários para auxiliar e sozinho não dava conta. Então aos poucos fomos observando o que seria mais produtivo e deixando a criação de gado e de aves para ter um foco maior com a soja”, explica.

Mesmo já com 81 anos, Armelindo faz questão de auxiliar em tudo que pode na propriedade, mas o patriarca sabe de suas limitações, e sabe que hoje é o filho e os netos, quem precisam levar à propriedade a diante. “eu sinto falta do trabalho, de estar à frente, mas quando vejo meus netos empenhados, trabalhando juntos, cuidando do que eu e Gertrudes construímos, me enche de orgulho”, continua.

É preciso cuidar da saúde a todo o momento

Armelindo Trentin relembra quando esteve com a Covid-19, há um ano. “Eu fiquei por diversos dias internado, o pulmão muito comprometido, completamente isolado. Foi um período muito difícil, com uma doença grave, sozinho no hospital. Mas com sorte fui me recuperando e pude retornar para casa”, conta.

Sua esposa também testou positivo para o novo coronavírus, mas diferente do marido, a recuperação e cuidados puderam ser feitos em casa. “Eu me recuperei bem, quase não tive sintomas, pude me cuidar em casa”, conta Gertrudes.

Após passar o susto com a Covid, as visitas são limitadas a família, o casal tem se resguardado mais, mesmo que a vontade seja estar com a casa cheia novamente. “Temos espaço para receber a todos, mas agora, recebemos apenas a família próxima, sem fazermos mais as festas como antigamente. Mas tudo bem, o importante é estarmos bem e passar por tudo isso”, finaliza.

 

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