Avicultores e suinocultores são os mais atingidos, devido a danificação nas estruturas dos galpões
Por Denise Borsatto/
Ana Paula Mello de Lima
A chuva de granizo na quinta-feira, 17, deixou um rastro de destruição na região. As cidades mais atingidas foram Nova Alvorada e Itapuca. Os produtores rurais, em algumas localidades dos municípios, ainda contabilizam os prejuízos ocasionados pelo tempo.
As comunidades mais atingidas foram Campo Bonito e Capinzal, em Itapuca e, as linhas Borelli, Onze, São Luiz, Gramado e Marmeleiro, de Nova Alvorada.
De acordo com os técnicos da Emater, as lavouras não foram as mais atingidas, devido as pedras serem esparsas. Assim como, poucos produtores já haviam iniciado o plantio de soja. Não contabilizando assim, um prejuízo maior.
Um dos agricultores atingidos, é o jovem Otavio Tardetti, da Linha Morangueira, de Nova Alvorada. Ele planta trigo em uma área de 35 hectares em Campo Bonito, Itapuca. “Calculo que 50% da área foi destruída pelo granizo”, conta, ao falar que está acionando o seguro.
O trigo não é a principal atividade da família Tardetti. No entanto, a aposta na área se dá para uma rotação de cultura. “São quatro anos que plantamos trigo e somente em um conseguimos colher bem, nos outros tivemos que acionar seguro”, conta.
Na região, a área plantada de trigo e outras culturas de inverno tem diminuído consideravelmente nos últimos anos, devido às chuvas que acabam danificando as lavouras. No entanto, as atividades são uma boa opção para rotação de cultura. “Pretendo continuar plantando no próximo ano, mas porque é bom para a lavoura, pois se contabilizarmos, é só prejuízo”, complementa Tardetti.
Na Linha Onze, em Nova Alvorada, os avicultores e suinocultores ainda contabilizam os prejuízos e estão fazendo reparos pontuais na semana após acontecimento.
O produtor de leite e aves, Sidimar Alves Soares, acredita que o prejuízo ficará em torno de R$ 40 mil, nos espaços em que ele possui seguro. Além disso, tem a estrebaria e o galpão, que não eram assegurados.
Os 13,5 mil frangos alojados no aviário seriam carregados às 3h, da sexta-feira, 18, porém, devido ao temporal, o carregamento foi antecipado para a 1h. “No aviário o telhado ficou bastante danificado, as pedras não chegaram atingir os frangos por causa da lona, mas molhou dentro e, por isso, ainda estamos vendo se vai precisar trocar a cama ou não”, relata. “Além do prejuízo para a troca do telhado, vamos ter que ficar um período sem alojar, pelo menos 30 dias, até decidir essa situação e fazer toda a limpeza”, lamenta.
Soares descreve o temporal como assustador. “A gente não sabia o que estava acontecendo, era aquele barulho forte, parecia que estava quebrando coisa em cima da casa, quebrando galhos, aí quando eu saí pra fora vi que era pedra. As primeiras eram do tamanho de uma laranja”, lembra.
O produtor Deoclides Lazarotto estima que o prejuízo ficará em R$ 20 mil, com a substituição de folhas de Brasilit. Ele é suinocultor e aloja 550 suínos. O carregamento dos animais estava agendado para a quarta-feira, 23, e por isso ele não precisou transferir antes, nem mesmo teve prejuízo com o lote. “Depois que carregamos, não vou poder alojar antes de arrumar, isso gera uma queda na nossa arrecadação, pois é a principal atividade da família”, comenta.
Na propriedade de Elton Lazarotto, o prejuízo ainda está sendo calculado, no entanto, os reparos imediatos foram realizados, como as goteiras no aviário, que aloja 18 mil frangos. “Ainda estamos contabilizando quantas folhas de Brasilit vamos ter que trocar”, complementa.
Ervais
Em Itapuca, os ervais foram atingidos pelas pedras. No entanto, o levantamento das famílias atingidas, assim como os prejuízos devem ser concluídos nos próximos dias.
Em Anta Gorda, outubro
já registrou quase 200
milímetros de chuva
De acordo com dados da Emater, até o dia 23 de outubro, o município de Anta Gorda havia registrado 187 milímetros de chuva, os quais não prejudicaram o plantio. Porém, a preocupação é a partir de agora.
Segundo o técnico Eugenio Luis Center, se a chuva continuar, muitos produtores terão plantações prejudicadas.“Até agora não tivemos nenhum registro de perda de lavou por chuva, até por que, aqui no município, não tivemos tempestade de pedra, ou chuvas mais fortes, mas se continuar chovendo assim, aí sim pode prejudicar as laranjas, retardar o plantio de algumas culturas e outras como hortaliças, pois já tivemos produtores preocupados”, relata.
