InícioRuralQuatro municípios da região atingem 20,8 mil hectares de plantio de soja

Quatro municípios da região atingem 20,8 mil hectares de plantio de soja

Os municípios de Camargo, Fontoura Xavier, Itapuca e Nova Alvorada são os maiores produtores de soja da região

Por Fabiana Borelli

Soja, uma cultura que está se destacando a cada ano. Na região, os municípios que mais produzem o grão são Camargo, Fontoura Xavier, Itapuca e Nova Alvorada. Inclusive, muitos produtores estão deixando de lado outras atividades e apostando neste ramo.

O município de Camargo é o que possui a maior área de plantio chegando 6,2 mil hectares com uma média de produção de 60 sacas por hectare. Nova Alvorada e Fontoura Xavier cultivam 5 mil hectares, no entanto, a produtividade de Nova Alvorada é 65 sacas por hectare, enquanto que Fontoura Xavier, produz 50 sacas. Em Itapuca, o município tem uma área de cultivo de 4,6 mil hectares, com uma produção média de 50 sacas por hectare.

Camargo tem 430
produtores de soja
Segundo a técnica da Emater de Camargo, Carine Schlosser, 430 produtores cultivam soja no município e as áreas estão sendo aumentadas, em média, cem hectares por ano, inclusive, as lavouras estão sendo feitas em terras dobrasdas, o que geram riscos ao sojicultor. “As safras têm sido boas nos últimos anos, isso estimula o aumento de área. As vezes se vê algumas lavouras em terras dobradas, que não dá para entender como conseguem trabalhar com as máquinas, além de que as terras dobradas têm o problema da erosão, apesar de que aqui no município, as pessoas têm consciência quanto a conservação do solo”, comenta.
Carine destaca que a perspectiva para essa safra é de aumento de produtividade, mesmo que o clima não esteja ajudando e o plantio ainda no início. “Aqui em Camargo chegamos a 10% das lavouras plantadas, quem plantou cedo pode ter problema com o excesso de chuva, porém o plantio está no início e a melhor época para plantar é até a metade de novembro, mas pode se estender até final de dezembro. Sempre digo aos produtores que as vezes é melhor plantar mais tarde e plantar bem do que plantar muito cedo e correr riscos com o clima”.
O produtor de Camargo Evandro Fioravanço, possui 30 hectares de lavoura, destes plantou oito hectares de soja até agora, pois com a chuva não está conseguindo colher o trigo que está na plantado na área. Ele acredita que esse ano sua produtividade pode ser maior, pois está investindo em uma nova variedade de soja. “O ano passado colhi em torno de 60 sacas por hectare, esse ano plantei outra variedade, a minha expectativa é que a produtividade aumente”, destaca.
Fioravanço fala que gostaria de aumentar a área de plantio, mas que o alto custo de produção e dos arrendamentos inviabiliza. “Eu gostaria de aumentar a minha área de plantio, mas hoje para arrendar uma terra, além de ser difícil encontrar, está muito caro, o custo de produção também é muito alto, cerca de 50% da produção são para pagar os custos. A soja não aumenta o valor na mesma proporção que aumentam os insumos”, acrescenta.

Além da área plantada
em Nova Alvorada,
agricultores arrendam
terras em outras cidades
Em Nova Alvorada o plantio também está em torno de 10% das lavouras. O técnico e chefe do escritório da Emater, Romeu Cesar Deon, salienta que o fato de estar apenas com esta porcentagem da área plantada não significa atraso e nem prejuízos na produtividade. “Essa é a melhor época de semeadura, a última semana de outubro até a metade de novembro se observa que é o período que a cultura se desenvolve melhor e tem melhor potencial produtivo, isso, é claro, desde que não tenha nenhum problema com o clima”.
Atualmente o município tem cerca de 250 produtores de soja, alguns além de plantar no município arrendam terras em cidades vizinhas, como é o caso dos produtores Eloir Romanini e Marciano Romanini, eles plantam 260 hectares sendo 140 em Nova Alvorada e o restante em Soledade.
Marciano conta que na última safra a produtividade média foi de 53 sacas por hectare, mas que a previsão para este ano é passar de 60 sacas por hectare. “Há dois anos colhemos 59 sacas por hectare, ano passado colhemos 53 e para esta safra a nossa expectativa é colher mais de 60 sacas por hectare, investimos muito no tratamento e correção de solo e acreditamos que a produtividade será melhor”.
Quanto a época do plantio Marciano diz que não está atrasado, que apenas essa semana não conseguiram plantar por conta da chuva, mas que está dentro da expectativa. “O ano passado começamos a plantar no dia 28 de outubro, ou seja, estamos praticamente dentro do prazo, vai atrasar um pouco, mas até 20 de novembro acredito que vamos plantar tudo”, salienta.
Dos 260 hectares, 20 são em áreas de terras dobradas, o que gera uma preocupação maior. “Temos esses hectares que são em terras dobradas, dá um pouco de medo, mas já estamos acostumados e tomamos todos os cuidados para diminuir os riscos”, destaca Marciano.
Deon enfatiza que pelas características do relevo do município, muitos produtores acabam plantando em áreas dobradas e que essa prática se faz necessária se o produtor almeja aumentar a sua área de cultivo. “Pela característica de topografia do município e por serem pequenas áreas, os nossos agricultores obrigam-se a plantar em áreas com maior declividade”, argumenta Deon.
O produtor José Carlos Pancotte reside em Nova Alvorada, mas planta soja em Fontoura Xavier desde 2004. Para ele a produtividade média por hectare é maior que nas outras áreas em que cultiva a soja. “Nós cultivamos soja em Fontoura Xavier desde 2004, temos cerca de 120 hectares no Campo Novo, lá conseguimos uma produtividade média maior que nas outras áreas, comparando com Nova Alvorada a produtividade é maior, já chegamos a colher 75 sacas por hectare, o ano passado chegou a 60. O solo e o clima lá são muito bons para o cultivo da soja”, conta.
Além de Fontoura Xavier e Nova Alvorada, Pancotte também tem lavouras no município de Soledade. “Nós cultivamos um pouco mais de 600 hectares, até agora plantamos só 70 hectares aqui em Nova Alvorada, a ideia era começar o plantio dia 20 de outubro, mas atrasou um pouco e agora é o tempo que não está deixando plantar, mas isso não preocupa, se o tempo ajudar ainda estamos na melhor época para o plantio”, destaca.
Em Itapuca são cerca de 140 produtores de soja e uma das característica que marca o município, são os cerca de 40 produtores de outras cidades que arrendam terras para o plantio.
Um exemplo é Fernande Pancotte, que reside em Nova Alvorada, mas arrenda terra e planta soja em Itapuca. Junto com o filho, ele planta 600 hectares, sendo que 200 são em Itapuca, com a produção média de 62 sacas por hectare na última safra.
Ricardo conta que até agora plantaram 150 hectares, mas que a chuva fez com que interrompessem o plantio. “Plantamos até agora 150 hectares, em Itapuca foram só 70 depois começou a chuva, mas não estamos atrasados, quando o tempo firmar em 20 dias conseguimos finalizar o plantio”.
Os produtores também comentam que mesmo antes do plantio já tiveram um grande prejuízo com as chuvas. “Lá em Pontão no município de Soledade já havíamos preparado a terra, toda ela adubada e tratada, mas a chuva da semana passada lavou a terra, estimamos que o nosso prejuízo chegue a R$ 50 mil”, contam.
Fernande fala que a produtividade não muda muito de um município para outro. “Eu trabalho com a soja há 17 anos, não vejo muita diferença no solo de Nova Alvorada, Itapuca e Soledade, acredito que a produtividade está muito ligada a tecnologia, um tratamento correto de solo, semente e boas máquinas. Nós temos mais de R$ 2 milhões investidos em maquinário, sem investimento não tem como esperar uma boa produtividade”, salienta o produtor.

Fernande Pancotte e o filho Ricardo investem em tecnologia para aumentar a produção
Marciano Romanini espera uma safra com mais produtividade nesse ano
José Carlos Pancotte planta soja em Fontoura Xavier
Evandro Fioravanço planta 30 hectares de soja em Camargo

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