Há dois anos, o produtor colheu em torno de 230 toneladas. Neste ano,
estima uma perda significativa
Por Denise Borsatto
O excesso de chuva no mês de outubro, seguido de uma seca que durou cerca de 60 dias, foram os fatores determinantes para José Pedro Teló, o “Zeca”, da Linha Quarta, em Anta Gorda, ter a sua produção de laranja prejudicada.
Na sua propriedade, tem 2,6 mil pés de laranjas plantados há mais de 20 anos. Neste ano, ele resolveu ampliar a produção, com o plantio de mais 1,5 mil pés. “Nesta área nova, precisei molhar quase que diariamente todos os pés para conseguir salvar alguma coisa. Nos últimos dias, choveu um pouco mais de 25 milímetros e já podemos perceber que está murchando de novo, pois a fruta não estava preparada”, conta.
Teló colheu em 2018 cerca de 230 toneladas, número que deverá cair em cerca de 80% neste ano, em decorrência das condições climáticas. “Prejudicou a produção, pois ela não se desenvolveu e o pouco que deu, vai cair. Não vai ser uma produção com um tamanho padrão para o comércio, talvez será vendida para suco, o que não ganha muito preço”.
Produtor de laranja há 23 anos, Teló acredita ser o primeiro ano em que há uma estiagem tão intensa. “Já tivemos estiagem, mas em outras épocas do ano. Desta vez, por exemplo, começou em novembro. Nem mesmo com muita chuva agora, vamos conseguir reverter o que estragou”, disse, ao lamentar que perderá, inclusive, alguns pés.
O proprietário da Agrocitrus, Natan Testa, destaca que a chuva no mês de outubro, prejudicará a produção. “Será uma safra menor, com cerca de 25% de perda comparada ao ano passado”, ressalta.
A colheita da primeira variedade inicia no final do mês de maio. As laranjas da variedade valência, serão colhidas a partir de julho.
Em Anta Gorda, atualmente há 125 produtores e aproximadamente 215 hectares de laranja plantados. O secretário de Agricultura, Joelmo Balestrin acredita que não apenas a estiagem poderá prejudicar a plantação como outros fatores que ocorreram ao longo da floração.

