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Comercialização do pinhão inicia em 15 dias

Cozido em panela de pressão, ou na chapa de um fogão a lenha, o pinhão é um dos frutos mais apreciados pelos gaúchos nesta estação. Mal começou o frio e muitas pessoas já comentam: “que vontade de comer pinhão”.

Porém, a comercialização do pinhão só é permitida a partir do dia 15 de abril. A decisão é protegida por uma Portaria Normativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). O objetivo da norma é garantir a reprodução correta das Araucárias.
Às margens da BR-386, em Fontoura Xavier, os produtores de pinhão e os tendeiros aguardam o dia certo para iniciar a extração de pinhas e a venda do pinhão.
O tendeiro Marino Góes de Azevedo destaca que muitos anos, o pinhão acaba caindo antes do prazo, e muitos consomem o pinhão do chão, mas Azevedo destaca que nas tendas, nenhuma placa é colocada antes do dia 15 para evitar a busca e a venda do produto.

Expectativa é baixa para os tendeiros fontourenses

Diferente do ano passado, que a colheita de pinhão foi além do esperado, neste ano, os tendeiros acreditam que o resultado não será igual.
Azevedo observa as araucárias às margens da BR-386 e diz sentir falta de pinhas. “No ano passado, quando olhávamos estes pinheiros, estavam carregados. Este ano a gente percebe que a safra será menor, pois se não tem pinha, não tem pinhão”, avalia o tendeiro.
Azevedo ainda fala sobre a qualidade do fruto. “Percebemos que o fruto está bastante falhado e isso também é prejudicial”, aponta.
Segundo Azevedo, que trabalha há anos na atividade, o motivo pode ser as frequentes chuvas de pedras que ocorreram nos últimos anos. “A pinha não consegue crescer. Fica congelada, e muitas caem com a pancada de chuva, esse pode ser um motivo”.
Azevedo destaca que embora em Fontoura Xavier a safra possa ser fraca, muitas regiões estão se destacando. “Sabemos que em Arvorezinha e outras cidades, terá uma boa colheita, o que ajuda um pouco para dar um equilíbrio”, ressalta.

Preço do pinhão pode aumentar

Com a colheita comprometida, o resultado pode parar no bolso do consumidor. Azevedo acredita que o pinhão poderá estar mais caro este ano, variando de R$ 5 a R$ 8 o quilo. O motivo é a quantidade de pinhão, que por estar mais baixa, se torna mais caro.
Para os tendeiros locais, a solução será trazer pinhão de outros regiões como Paraná, que abastece os municípios da região quando a safra não é suficiente para a demanda.
Embora os desafios sejam muitos, os vendedores já aguardam pelos próximos dias, para o início da venda. E os consumidores, já podem se programar para desfrutar do pinhão.

Comercialização antes do dia 15 é crime ambiental

Embora a portaria seja clara em relação à extração de pinhas e comercialização de pinhão, a legislação nem sempre é cumprida e muitas pessoas não sabem que descumprir o prazo é um crime ambiental.
Às margens da RS-332, em Ilópolis já se observa uma movimentação de vendedores ambulantes de pinhão. Vale ressaltar aos consumidores que a venda ainda está no prazo proibido e que a compra antes do dia 15 também é uma contribuição para o crime ambiental.

Tendeiro observa a escassez de pinhas nas Araucárias

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