Uma das razões para a diminuição do êxodo rural é o novo pensamento do jovem sobre o campo. Muitos encontram a chance de crescer profissionalmente, onde foram criados pelos seus pais e se tornam exemplo na comunidade e região.
Foi o que aconteceu com os irmãos e técnicos em agropecuária, Marcelo e Murilo Berté, 24 e 18 anos, que a partir do desejo de reinventar, apostaram na produção de feno na propriedade dos pais, Silvano e Janete, situada na Linha Terceira Giusti, em Anta Gorda. Já são três anos e mais de 16 hectares destinados a cultura que serve para a alimentação do gado e para a comercialização. “Nossa mão de obra é totalmente familiar e nossa ideia é aumentar a produção”, reforçam.
A armazenagem adequada do feno garante a oferta de alimento e nutrientes diários para os animais nos períodos críticos como, por exemplo, nos vazios forrageiros da primavera e do outono ou em períodos de estiagem prolongados, quando a pastagem é escassa nas propriedades.
Assim, o feno assegura a nutrição dos animais e a produção de leite durante todo o ano. “Além do gado leiteiro, o feno também serve de alimento para vacas pré-parto, terneiras, novilhas, equinos e ovinos, e grande fonte de fibra principalmente para as vacas confinadas”, destacam os jovens.
O feno é armazenado em um galpão na propriedade. Já o pré-secado passa por plastificação, fermentação e pode ser armazenado ao ar livre por até um ano e meio. “Ambos são bons e para o mesmo fim. A diferença é que o feno é uma prática mais antiga, porém tem o empecilho do tempo, sendo necessária a secagem no ponto certo com umidade de 10% a 12%. Já o pré-secado que agrada o paladar do animal, é uma tecnologia europeia que foi inventada por conta do clima, que às vezes não nos propicia tantos dias de sol quanto necessitamos. Ele conserva melhor a forragem e consegue manter as propriedades nutricionais”, explicam os irmãos Berté que investiram em maquinários para alavancar a produção.
Os jovens concluem relatando sobre o surgimento da ideia que deu certo. “Tudo começou a partir de um pedaço de tifton (gramínea que é cortada e cresce novamente) que resolvemos plantar e começamos a produzir manualmente. Vimos então que era um produto bom para os animais e para o mercado e então optamos por apostar”, frisaram Marcelo e Murilo que citaram buscar sempre novas técnicas de manejo para que a produção aumente gradativamente, sempre primando pela qualidade.
