InícioDestaqueEnem 2024: por que o número de redações nota mil foi o...

Enem 2024: por que o número de redações nota mil foi o menor em 10 anos?

Em todo o país, 12 alunos tiraram nota máxima na redação, menor número registrado nos últimos 10 anos

 

O número de candidatos que tiraram mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é o menor dos últimos dez anos. Em todo o país, 12 alunos tiraram nota máxima na redação, conforme foi divulgado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, na última segunda-feira, 13. O exame abre diversas portas para o ensino superior em instituições públicas ou privadas no país e no exterior.

Além do DF, as unidades da Federação onde foram registradas redações nota mil foram: Alagoas (1), Ceará (1), Goiânia (1), Maranhão (1), Minas Gerais (2), Pernambuco (1), Rio de Janeiro (2), Rio Grande do Norte (1) e São Paulo (1). Ainda conforme o MEC, apenas uma das redações foi feita por um estudante de escola pública, as demais são de alunos da rede privada.

Coordenadores de vestibulares explicaram que a queda do quantitativo de redações que atingiram a nota máxima é reflexo de uma correção mais criteriosa no quesito repertório sociocultural, uma das cinco competências avaliadas pela banca. Segundo os coordenadores, a medida tem o intuito de inibir a utilização de modelos pré-prontos e com repertórios forçados.

Eles acreditam que existia um desconforto do próprio Inep (Instituto Nacional Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) diante do prevalecimento de redações nota mil que eram modelos pré-fabricados. Então, foi uma resposta do órgão de que os desenvolvimentos da redação nas escolas devem ser muito mais profundos do que simplesmente pautar a formação de um aluno para redação de uma maneira mecânica.

Na visão deles, o tema da redação na aplicação regular Enem de 2024 – que foi ‘Desafios para a valorização da herança africana no Brasil’ – foi um impeditivo para o resultado dos participantes, uma vez que ele é apresentado como elemento central na Base Nacional Comum Currilar (BNCC). Muitos ressaltaram que, apesar da queda de número de pessoas que gabaritaram a redação, a proficiência média na redação, que foi de 660 pontos, foi maior que a média obtida em 2023, de 645.

Os resultados foram divulgados na última segunda-feira, 13, e os participantes podem consultar as notas individuais por meio da Página do Participante, utilizando as credenciais do portal gov.br. O acesso pode ser feito no site do Inep.

As provas foram realizadas em 3 e 10 de novembro de 2024, em todos os estados e no DF, contando com mais de 4,3 milhões de inscritos. No primeiro domingo (3), os candidatos responderam a questões de linguagens e ciências humanas, além de realizarem a redação. Já no segundo dia (10), os exames abordaram ciências da natureza e matemática.

O ministro Camilo Santana destacou que o resultado se deu devido à grande participação de alunos do terceiro ano, incentivados pelo programa Pé-de-Meia, que destina uma parcela extra a quem faz o Enem, além do esforço das redes de ensino estaduais. “Saímos de 58% de alunos do terceiro ano do Ensino Médio inscritos para 94%. Isso a gente considera resultado da política do Pé-de-Meia, que paga parcela extra a quem realiza as provas do Enem, e ao esforço das redes estaduais”, afirmou Camilo.

 

SISU — O SISU executa a seleção dos estudantes com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) até o limite da oferta das vagas, por curso e modalidade de concorrência, consoante as escolhas dos candidatos inscritos e do perfil socioeconômico para a Lei de Cotas. As inscrições terão início em 17 de janeiro.

 

AUSENTES — O ministro também ressaltou a queda no número de ausentes. Em 2023 e 2022, o número de ausentes foi em torno de 28%. Já em 2024, 26,5% dos inscritos não fizeram as provas. “Aumentamos o número de presentes nas provas para 73,5%. Queremos chegar perto de 100%”, disse o ministro.

 

NOTA MIL – Na redação, 12 inscritos obtiveram nota máxima, de 1.000 pontos. Os estados com candidatos que atingiram a nota máxima foram Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo. Além disso, 2.308 participantes tiveram notas entre 980 e 1.000, com 215 deles oriundos da rede pública. Já no intervalo de 950 e 980, destacaram-se 31.913 participantes, sendo 4.483 do ensino público. A proficiência média na redação foi de 660 pontos, um aumento de 15 pontos em relação à média de 645 obtida em 2023.

 

PRÊMIO — O titular da Educação ressaltou que, ainda neste ano, será lançado um prêmio que reconhece os esforços realizados para a melhoria da educação básica no país, por estados, municípios e escolas. “É uma forma de reconhecer e dar transparência maior ainda aos resultados, de reconhecer os esforços das redes de educação”.

 

MÉDIA – Houve aumento significativo na média geral. Em 2024, a média foi de 546 pontos, sendo que em 2023 foi 543. O ministro celebrou o aumento na média. “Isso é positivo porque, quando aumenta o número de alunos, consequentemente há uma tendência de reduzir a média, mas aumentamos. Então, quero parabenizar as redes por esse aumento na proficiência média”, afirmou.

 

ÁREAS – Em Linguagens, códigos e suas tecnologias, a média foi de 528, com 796 de proficiência máxima e 294 mínima. Em Matemática e suas tecnologias, a média foi de 529, com média máxima de 962 e mínima de 334. Ciências Humanas e suas tecnologias tiveram média de 517 e Ciência da Natureza e suas tecnologias com 495.

 

FAIXAS E CORTE – Na distribuição por faixa de proficiência, a maior concentração de participantes, cerca de 645 mil avaliados, está entre 500 a 550 pontos. O dado considera a média aritmética simples das cinco notas. Acima de 650 pontos, estão mais de 372 mil participantes. Mais de 1 milhão de participantes estariam acima da nota de corte do SISU. Conforme o MEC, 842 cursos do SISU em 2023 apresentaram nota de corte de 569,6, o que representa 20% do total. Nos resultados apresentados nesta segunda, cerca de 33% dos participantes do Enem em 2024 tiraram notas acima do ponto de corte.

 

ANÁLISE – Manuel Palácios, presidente do Inep, destacou a realização de um estudo sobre a conclusão da educação básica no país, utilizando os resultados do Enem. “Estamos iniciando os estudos sobre o uso dos resultados do Enem para fins de avaliação da conclusão da educação básica. Os dados estão sendo esmiuçados, de modo que se tenha a possibilidade de ver o desempenho e como se desenvolveram os estudantes”.

 

Fonte: Governo Fedral, UniDomBosco, Eu Estudante e Correio Braziliense

Deixe uma resposta

Digite seu comentário
Por favor, informe seu nome

SIGA-NOS

42,064FãsCurtir
23,600SeguidoresSeguir
1,140InscritosInscrever

ÚLTIMAS