InícioDestaqueTelefones fixos da Oi não estão funcionando e causam grandes transtornos

Telefones fixos da Oi não estão funcionando e causam grandes transtornos

Coincidência ou não, desde o início das enchentes, em maio, linhas fixas estão sem funcionar. A Oi diz que não tem nada a ver com as inundações

Por Divanei Mussio

Desde o início do mês de maio, quando o RS foi assolado por desastrosas, históricas e gigantescas enchentes, a telefonia fixa da Oi está com sérios problemas de operação. A CIC VT (Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari), está entrando com uma ação contra a empresa no Ministério Público e orientou as associações filiadas a entrarem também, de forma individual.

No Ofício encaminhado à Justiça pela entidade regional, que congrega 18 entidades empresariais municipais, reunindo aproximadamente 3.500 empresas associadas de todos os portes, sobretudo micro, pequenas e médias, foi feito o relato da situação crítica que afeta diretamente a comunicação e o funcionamento das empresas e cidades da região de atuação, especificamente em Encantado, Arvorezinha, Anta Gorda, Muçum e Roca Sales.

A correspondência diz textualmente: “Desde o início de maio de 2024, a operadora Oi, responsável pela interconexão física necessária para os serviços de telefonia fixa, está completamente inoperante em nossa região. Essa situação tem causado impactos severos para toda a comunidade empresarial e residente nos municípios afetados. A ausência de telefonia fixa compromete não apenas as operações comerciais, mas também a segurança e o bem-estar dos cidadãos, especialmente em situações de emergências”.

Ainda, a entidade ressalta que a busca por soluções junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e à própria Oi, até o momento, não teve progresso significativo na resolução do problema por parte da operadora; diante disso, a CIC VT solicita a intervenção urgente do Ministério Público para serem tomadas medidas efetivas para resolver a situação da telefonia fixa na região.

CIC de Anta Gorda

A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Anta Gorda, a CIC Anta Gorda, manifestou-se sobre a situação através do seu presidente, Rafael Pavan. “Não há informação do número exato de casas ou estabelecimentos comerciais que estão sem telefone da Oi, visto que muitas empresas acabaram por desligar suas linhas com o passar do tempo e grande parte da população e empresas aderiram gradativamente o uso de celulares e smartphones, o que facilita com relação à mobilidade e rápida comunicação, bem como agilidade”.

Porém, Pavan lembra um aspecto importante da telefonia fixa, a sua utilidade para os mais idosos.

“É sabido que existem residências e empreendimentos que mantém telefone fixo devido a alguns clientes, principalmente os mais idosos, que não se adaptaram à modernidade das redes móveis ou aplicativos de mensagens instantâneas”.

Segundo o presidente da CIC, sabe-se que a telefonia fixa tem um futuro incerto, visto que cada vez mais é necessária agilidade, mobilidade e até pelo fato que fazer uma ligação via telefone para a nova geração é antiquado, é uma geração que não gosta de falar no telefone. “Claramente podemos perceber que o modo como o mundo se comunica mudou”, pondera.

Mesmo assim, para o meio empresarial, a telefonia fixa ainda é sinônimo de credibilidade. As ligações contam com uma qualidade muito superior à de celulares, que sofrem com interferências do ambiente. Por isso, as chamadas em telefone fixo têm melhor áudio, são mais estáveis e sofrem dificilmente com queda de sinal, o que para negociações e vendas, por exemplo, é importante, conforme destaca Pavan.

Acisar/CDL e de Avorezinha

Em Arvorezinha, a preocupação com a inoperância dos telefones fixos também é grande, mesmo com as alternativas ao seu uso já estarem em curso.

A ACISAR/CDL realizou uma pesquisa entre as empresas filiadas e não filiadas e o resultado é de que 35 afirmam estar sem o serviço e oito têm protocolos abertos diretamente na Anatel por estarem com os telefones mudos há mais de 60 dias, o que causa transtornos na operacionalização do dia a dia dos negócios. O presidente da entidade empresarial, Jardel Dall Agnol, recomenda que os seus associados abram protocolo junto à operadora e, junto à Anatel, se o problema não for resolvido.

Dall Agnol também informa que a entidade está oficiando ao Ministério Público Estadual e Federal sobre o que vem acontecendo para que medidas judiciais sejam tomadas.

A situação chega a ser curiosa, conforme ele descreve. “A conta do telefone está sendo cobrada e com ameaça de corte de um serviço que não está sendo prestado. Então estamos aguardando que o Ministério Público tome as medidas para resolver essa questão”. Ainda, ele relata as respostas da operadora aos inúmeros pedidos de consertos encaminhados. “A Oi não dá prazo para resolver, diz que tem que aguardar que a rede está sendo trocada e que a paralisação dos serviços não tem nada a ver com as enchentes, segundo a empresa”.

O fixo é o melhor contato da empresa com os clientes

Na Padaria Bell Sabore, localizada no centro de Arvorezinha, o telefone fixo sempre foi o principal contato com os clientes. O proprietário, Fabiano Basso, destaca esse aspecto. “É a nossa principal ferramenta de contato com o cliente; o nosso número de telefone fixo sempre foi divulgado, desde que começamos as atividades e muitos clientes têm o nosso número salvo e agora não conseguem o contato. Não tem como mensurar o prejuízo que estamos tendo e estamos analisando seriamente sobre encerrarmos essa prestação de serviços”.

Além do serviço de telefone fixo, a padaria tem a contingência da internet também pela Oi e, desde que começaram as enchentes, a empresa está também sem essa assistência.

Mesmo sem ter a linha telefônica disponível, as cobranças estão sendo enviadas. “Muitos estão pedindo o desligamento porque se torna inviável pagar a conta e não receber o serviço. Os celulares suprem parte da necessidade, estamos vendo para contratar outro provedor de internet”, expõe Basso como alternativas à questão.

Olho

“A conta do telefone está sendo cobrada e com ameaça de corte de um serviço que não está sendo prestado”.

Jardel Dall Agnol, presidente da Acisar/CDL
Fabiano Basso, empresário

Deixe uma resposta

Digite seu comentário
Por favor, informe seu nome

SIGA-NOS

42,064FãsCurtir
23,600SeguidoresSeguir
1,140InscritosInscrever

ÚLTIMAS