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Curso de Boas Práticas Agrícolas será oferecido aos produtores

Capacitação contará com dois dias teóricos e um prático em uma propriedade

Por Daiane Kalsing

O município de Ilópolis realiza nos dias 25, 26 e 27 de setembro o curso de Boas Práticas Agrícolas voltado aos agricultores. Será um curso técnico que vai desde a implantação do erval até a entrega do produto na empresa.

Extensionista da Emater, Fabiano Zenere, explica que no Estado há o Programa Gaúcho para Qualidade e Valorização da Erva-mate. “As empresas tiveram no ano passado o curso de Boas Práticas de Fabricação, oportunidade em que perceberam a necessidade de capacitar o produtor, para que ele entregue uma erva-mate de qualidade na empresa”.
Segundo ele, a ervateira não melhora a erva-mate que recebe, então é importante que a ela chegue à empresa e que seja de boa qualidade. “A ideia principal é de que essas ervateiras que estão certificadas pela Emater, de que tanto os agricultores como fornecedores recebam também, pois aí partimos desde o início da produção até a chegada ao supermercado”.
A partir deste interesse foi montado o curso de Boas Práticas Agrícolas, com três dias para capacitar os agricultores com o intuito de relatar experiências bem sucedidas de produtores que conseguem produtividade, qualidade e um baixo custo de produção. “A capacitação vai englobar vários temas como solos, adubação, higiene no processo de colheita e de transporte. Também terá a documentação que hoje o produtor precisa, além da legislação trabalhista, legislação e segurança no trabalho”, detalha Zenere.
Serão dois dias teóricos, com palestras na Câmara de Vereadores de Ilópolis, e um dia prático em uma propriedade que será escolhida entre os participantes. “São 25 agricultores inscritos que terão a oportunidade de ouvir técnicos que vêm do Estado e de regiões produtoras. Tudo isso para oferecer um curso de qualidade aos agricultores para que as empresas demandem mais cursos. Este será o nosso cartão de visita”, salienta.
Segundo Fabiano, o piloto deste curso será realizado em Ilópolis. “A ideia era iniciarmos com ele no ano que vem, mas como temos a Turismate em novembro, pensamos em fazer ele ainda neste ano, para que os agricultores recebam o certificado dentro da programação da feira. Os agricultores a princípio são de Ilópolis, mas nada impede de outros municípios também participarem”. As inscrições seguem abertas e podem ser feitas na Emater ou Secretaria de Agricultura.

Competir no mercado
com qualidade

O secretário de Agricultura de Ilópolis, Jurandir Marques, afirma que para que se possa competir com o mercado em qualquer atividade é necessário estar preparado. “Com a erva-mate não é diferente. Nós precisamos estar preparados para fazer isso para poder competir com qualidade com aquilo que temos a oferecer”.
Porém, Marques destaca que para que isso ocorra, é imprescindível que o produtor volte para a sala de aula ou vá a locais que discutam a qualidade, rastreabilidade ou até mesmo as Boas Práticas de Produção. “Isso é importante para refletir e reviver tudo aquilo que é o ideal para o cultivo da erva-mate, principalmente com anotações de tudo aquilo que se faz. Vivemos hoje em uma agricultura onde a tecnologia está sendo ofertada, e na erva-mate isso ainda é muito empírico. Existe muito o dizer, ‘eu faço, eu fiz’, mas não se prova isso”, ressalta.
Com preparação, participação e anotando tudo o que é feito no setor ervateiro, o secretário acredita que será possível começar a buscar a credibilidade do consumidor para que ele saiba efetivamente que matéria-prima que está consumindo.

Qualificação para garantir a venda do produto

Com cerca de oito hectares destinados ao plantio de erva-mate, o produtor Odair Fermino e a esposa Agueda, trabalham com o setor há cerca de dez anos. Moradores de Linha Gramadinho, em Ilópolis, Odair conta que passaram a participar de cursos há cerca de três anos com o intuito de garantir a qualidade da erva-mate, venda e inovar para ter um diferencial.
“Antes a gente não ia atrás de qualificação. Produzíamos a erva-mate, mas não tínhamos como inovar. Com isso, procuramos ir atrás de cursos de especialização pelo Senai e até mesmo Emater. Comecei a fazer o curso de Rastreabilidade esse ano e nos próximos dias o de Boas Práticas Agrícolas. Acredito que ambos os cursos irão agregar valores tanto para o produto como para quem produz erva-mate”.
Em relação ao curso de Rastreabilidade, Odair relata que já colocou em prática muito do que aprendeu no processo de qualificação. “Acho importante participar, pois vejo como uma maneira de ter garantia com a venda do produto futuramente. Além da parte teórica temos todo um acompanhamento técnico que é fundamental para oferecer um produto de qualidade”.

Odair e a esposa Águeda trabalham com o setor ervateiro há cerca de dez anos

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